Dúvida sobre consumo
Preocupações sobre o comportamento da demanda ajudaram a desvalorizar as cotações do café na bolsa de Nova York na sexta-feira. Os contratos para março encerraram o dia a US$ 2,0765 por libra-peso, queda de 60 pontos. De acordo com a agência Bloomberg, o mercado teme que as máximas de preços das últimas semanas resultem em redução do consumo. Na semana passada, o CEO da Starbucks, Howard Schultz, afirmou que os atuais preços da commodity, que subiram 51% neste ano, são "insustentáveis". Segundo ele, a onda recente de alta é resultado de especulação, e os fundamentos "indicam uma situação de excesso de oferta em curso". No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o café arábica fechou em queda de 0,72% a R$ 348,19 a saca de 60 quilos.
Dia de ajustes
O suco de laranja concentrado e congelado negociado na bolsa de Nova York fechou com forte queda na sexta-feira, em um movimento que o mercado avaliou como sendo "técnico". Os papéis com vencimento em janeiro do ano que vem fecharam o pregão a 156,85 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 415 pontos. No início da semana passada, foram realizadas algumas compras nesse mercado motivadas por preocupações de que a tempestade Tomas poderia se dirigir para a costa da Flórida. Mas as preocupações desapareceram, pois a tempestade Tropical dá sinais de que alcançará o Haiti e seguirá outros destinos. Por isso, o mercado voltou a ficar sem notícias, segundo a Dow Jones Newswires. No mercado interno, a caixa da laranja para a indústria fechou estável em R$ 15,31, segundo o Cepea/Esalq.
Novo teto em 140 anos
A preocupação de que a forte demanda da China pode reduzir os estoques mundiais de algodão fez a pluma bater na sexta-feira um novo recorde na bolsa de Nova York. O contrato para março encerrou o pregão a 138,11 centavos de dólar por libra-peso, alta de 145 pontos. Depois de uma onda de frio ter prejudicado parte das lavouras chinesas, o país pode precisar importar mais do que o previsto, reduzindo os estoques globais, que já estão previstos para serem mais apertados. As exportações dos Estados Unidos aumentaram e o clima adverso pode afetar a cultura também na Índia, o que agrava a condição de escassez. No mercado interno, as cotações da pluma voltaram a subir com força. No mercado de Lucas do Rio Verde (MT), a arroba fechou na sexta-feira em alta de 1,38%, a R$ 80,6, segundo o Imea/Famato.
Efeito USDA
Especulações sobre o novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ajudaram a elevar os preços futuros de trigo para o mais alto nível em quase quatro semanas. Os papéis com vencimento em março fecharam o pregão de sexta-feira na bolsa de Chicago a US$ 7,69 o bushel, alta de 15,50 centavos de dólar. O mesmo vencimento em Kansas ficou em US$ 8,0175, alta de 17 centavos de dólar. De acordo com a Bloomberg, o mercado acredita que o USDA deve trazer um encolhimento do suprimento mundial de grãos, reduzindo a previsão de trigo para 173,53 milhões de toneladas, queda em relação aos 174,66 milhões de toneladas da estimativa do último mês. No mercado do Paraná, a saca de 60 quilos do cereal fechou estável na sexta-feira em R$ 26,19, segundo o Deral/Seab.
Fonte:
Valor Econômico. 8 de novembro de 2010.
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