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Scot Consultoria

Novos tempos: Tecnologia da Informação a favor do homem do campo


Quarta-feira, 10 de novembro de 2010 - 09h21

Desenvolvimento de softwares agrícolas auxiliam produtores na gestão e certificação dos produtos. Vinícola Salton é um dos consumidores da tecnologia O mundo ainda vive os reflexos da última grande crise econômica, encabeçada pelo setor imobiliário americano, no final de 2008. Entretanto, mercados tradicionais, como a União Europeia e o Japão, puderam assistir à transformação da economia brasileira, de emergente em potência econômica. Segundo o Forum Econômico Mundial, o Brasil foi o país que mais melhorou em termos de competitividade, superando grandes economias, como a russa e a chinesa. Grande parte desse boom econômico é devido ao agronegócio. Sua importância na economia pode ser medida ao se analisar a participação do PIB do setor no PIB total do país. O agronegócio é responsável por um terço de todo o PIB brasileiro e gera cerca de 20 milhões de empregos. Se antes, a base da agricultura era familiar, hoje, é nítida a busca desses agricultores por um espaço nos grandes mercados. O fazendeiro, hoje, tornou-se empresário rural que, além da produção, busca produtividade e lucratividade. Neste cenário, o maior aliado no crescimento do produtor é a tecnologia. Ela está presente nas grandes fazendas e plantações na forma de maquinários e outros itens. A cada dia, chegam ao mercado, máquinas e aparelhos capazes de melhorar o faturamento ao utilizar menos recursos. Contudo, cada vez mais, o campo se fortalece como um espaço de produção econômica baseado em tecnologia. A questão agora é: como conquistar esse mercado, que ainda que promissor, está desabituado a consumir tecnologia? Nesse momento de alta tecnológica e grande competitividade, a Tecnologia da Informação – ou TI – passa a ser vista como diferencial. O setor de TI funcionaria como uma alavanca de desenvolvimento na economia, uma vez que os resultados são altamente confiáveis dentro de um curto espaço de tempo. Ou seja, maior capacidade de produção, logo, maior geração de lucros. Contudo, ainda que esteja em franca expansão, o agronegócio brasileiro responde por apenas 2% do mercado brasileiro de TI. Uma contradição, uma vez que a implementação de Tecnologias da Informação é indispensável para o crescimento dos negócios no campo. A informática é um setor com grande potencial para aumentar os rendimentos na agropecuária e no suporte à criação de dados para decisões gerenciais. Assim, surge um novo mercado dentro do agronegócio: os softwares agrícolas. Os softwares são grandes ferramentas de administração dentro de propriedades informatizadas. É preciso aprender a gerenciar os negócios e enxergar a atividade como um patrimônio financeiro. Para auxiliar o empresário rural na nova empreitada, uma empresa de Três Pontas, no sul de Minas, desenvolveu um software que trabalha exatamente dentro desse conceito: a tecnologia capaz de mudar a vida do homem do campo. Segundo Marcio Mitidieri, diretor da Agrogenius Soluções em Agronegócios, desenvolvedora do software, “o projeto nasceu da necessidade de informatização das planilhas que utilizávamos nas consultorias, há cerca de quatro anos. Depois de finalizado, o software foi implementado em fazendas mineiras e gaúchas. Nesse momento, estamos em conclusão da fase de testes. Mais que uma boa aceitação, o software mostrou-se altamente funcional”. O software desenvolvido pela Agrogenius é um agente facilitador para todos os envolvidos no processo de certificação da cultura. Antes dele, todos os dados eram anotados manualmente, o que gerava uma série de novos dados, muitas vezes, desnecessários. Sem contar a grande quantidade de papel resultante dessas anotações, que deveria ser completamente conferida pelo agente certificador. Ou seja, um trabalho extenso, cansativo, altamente minucioso, e muitas vezes, impreciso. O software vem aperfeiçoar esse processo e assegurar ao consumidor a certificação do produto, além de um gerenciamento mais preciso. Desenvolvido em Três Pontas, toda a tecnologia utilizada na elaboração do software é nacional e o projeto é pioneiro. Ele atua na gestão e certificação das fazendas. É uma ferramenta de check list das normas para a certificação do produto. Com a conclusão do projeto, atualmente, cerca de 20 produtores no país utilizam o software em suas fazendas. A partir da experiência desses produtores, e do seu retorno, a empresa pode trabalhar no aprimoramento constante do programa, mantendo-o sempre atualizado e eficiente, respondendo às necessidades de cada consumidor. Como exemplo de produto certificado, o café, a maior vantagem do software é agregar valor ao grão, ainda como matéria-prima, o que possibilita e facilita o rastreamento durante todo o processo, desde a panha até a mesa do consumidor. Alberto Proença é um dos produtores que adotaram o software da Agrogenius na gestão e certificação de café. A Fazenda Terra Santa Coffee, localizada em Formiga, no centro oeste mineiro, produz uma média de sete mil sacas de café por ano. Há um mês e meio, todo o processo administrativo da fazenda é realizado através do programa, exceto a parte de custos. Proença está contente com o retorno. “O software interliga os setores da fazenda, o que nos poupa trabalho e, principalmente, tempo. Antes, os auditores precisavam trabalhar um dia inteiro. Eram papeis e anotações pra todos os lados. Hoje, ele (auditor) fica conosco, no máximo, três horas. Assim, aperfeiçoamos o processo e agora, nos sobra tempo para trabalhar mais na qualificação dos nossos produtos.” Outro grande produtor que utiliza o programa sulmineiro é a Vinícola Salton, localizada no distrito de Tuyuti, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, responsável pela fabricação de um dos melhores vinhos do país. De acordo com Luis Henrique Fracalossi, do departamento agrícola da empresa, há seis meses, o software é utilizado na certificação das uvas Valore, em pequenas e médias propriedades. “O programa tem nos ajudado muito. Anteriormente, precisávamos xerocar toda a documentação de cada um dos produtores. Agora, as informações estão digitalizadas e só preciso enviá-las para o sistema, que me garante o controle dos dados. Assim, além da agilidade e praticidade, economizamos com papel, que antes era gasto nas cópias dos documentos. A expectativa é que, num futuro próximo, quando a internet estiver acessível a todos os produtores, o software venha a ser disponibilizado a todos aqueles que atendem à Vinícola. Dessa forma, ficará ainda mais fácil controlar e administrar todo o processo.” Fonte: e-comunicação. 9 de novembro de 2010.
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