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Scot Consultoria

Preço dos alimentos assusta consumidor


Sexta-feira, 19 de novembro de 2010 - 09h26

Interesse de investidores puxa para cima cotação dos alimentos. Período de alta não deve terminar com as festas de final de ano; demanda internacional pressiona mercado interno. Curitiba - A carne vermelha tem estado mais distante da mesa da empregada doméstica Marines Jordão Ela sentiu o aumento do preço há mais ou menos um mês. Para driblar a alta, tem escolhido o frango e a carne de porco. Na hora de fazer a feira, também percebeu que algumas frutas estão com valores mais salgados, assim como o leite "Tem que usar a criatividade na mesa para fugir do preço alto", conta. Dados apresentados na última terça-feira pela pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, mostram que o fantasma da inflação ronda o bolso do brasileiro nesse final de ano. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aponta que os produtos alimentícios tiveram alta de 1,89% no último mês. E os valores não devem baixar tão cedo Historicamente, dezembro é um mês em que os alimentos não diminuem de preço por conta das festas de final de ano. Para o coordenador do curso de Economia da FAE, Gilmar Mendes Lourenço, o término do ano é o fator menos importante para este aumento no preço, já que é uma área bastante sensível ao mercado internacional e ao calendário das estações. "Nós estamos vivendo um período de entressafra no Brasil. Como tivemos um inverno rigoroso, o custo da pecuária é mais alto devido aos custos de produção. A tendência é que o mercado aproveite o crescimento da economia para elevar o preço final", diz Outro aspecto apontado pelo economista é a demanda internacional por produtos primários, principalmente por parte dos países asiáticos. "Enquanto a China estiver comprando tudo em commodities, vai ser difícil haver redução no preço dos alimentos". Este mercado também tem sido instrumento de aplicação. Os ativos financeiros deixaram de ser atrativos para os grandes conglomerados internacionais e há uma forte migração para a aplicação de commodities do setor Isso puxa para cima a cotação dos alimentos. "É muito difícil que haja uma reversão nestes preços Tirando a questão climática, os outros fatores são externos à economia brasileira e devem permanecer durante o primeiro semestre de 2011", opina Lourenço. Segundo o superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, os preços dos produtos alimentícios, principalmente de carnes, leite, frutas e cereais, são sazonais. Portanto, sistematicamente, é comum que haja variação de valores em determinados períodos. "Um exemplo disso é a carne Com a seca e a crise econômica a demanda mundial diminuiu. Mas estes fatores foram eliminados O mercado externo cresceu, a aftosa está equacionada, sobretudo no Paraná, e esses fatores fizeram aumentar a demanda pelo produto Isso fez com que o preço aumentasse". Rovaris acredita que a tendência é que o valor se estabilize, mas isso vai depender do mercado internacional "A longo prazo, desde 1994, o preço dos alimentos subiu metade da inflação média. Esse significativo índice contribuiu inclusive para evitar o aumento da inflação", diz. Fonte: Folha de Londrina. Por Diogo Cavazotti. 18 de novembro de 2010.
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