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Libero avança no mercado da China


Quarta-feira, 24 de novembro de 2010 - 09h15

A Libero Commodities, trading que tem como principais acionistas produtores rurais e cooperativas brasileiras, prevê movimentar na próxima safra, a 2010/11, 125 mil toneladas de algodão em pluma. O volume representará em torno de 20% da exportação brasileira da commodity no ano que vem e terá como destinos importantes os mercados asiáticos. Nesta safra em conclusão, a 2009/10, a Libero movimentou apenas 10 mil toneladas. Foi o primeiro ano de atuação da trading em um período cuja produção já estava quase toda comprometida com exportações, explica Adrian Moguel y Anza, CEO da Libero. Apesar do volume pequeno na safra atual, a trading abriu mercados importantes, como o asiático. A China respondeu por 30% do movimento desta temporada, participação que deve ser mantida no próximo ciclo em que a movimentação será mais robusta. O volume da próxima safra comprometido pela Libero para exportação - 75 mil toneladas - foi fechado a um preço médio de 85 centavos de dólar por libra-peso. Ontem, especulações sobre medidas chinesas de contenção da inflação fizeram o algodão despencar na bolsa de Nova York. O contrato para março fechou a 117,79 centavos de dólar por libra-peso, forte queda de 536 pontos. Em 2011, a empresa estreia em soja e milho, na dimensão de 300 mil toneladas para cada commodity. "Em três anos, vamos operar com 200 mil toneladas de algodão e 2 milhões de toneladas, entre soja e milho", prevê Moguel y Anza. A holding Libero nasceu sob uma base de 30 produtores rurais, que produzem em uma área de 5 milhões de hectares no Cerrado do Brasil e detêm juntos 50% da holding. Com esse atrativo, a trading obteve neste primeiro ano a adesão da francesa Louis Dreyfus Commodities, que entrou na sociedade com 24,5% de participação. O diferencial do negócio, diz Moguel y Anza, está no foco exclusivo em algodão brasileiro. Esse modelo já existe em outros países, como EUA e Austrália, onde há tradings que negociam exclusivamente "algodão nacional". A empresa também pretende agregar um serviço de intermediação que garanta a entrega do produto exatamente nas especificações contratadas. Para isso, estão sendo feitos investimentos em classificação do algodão com elevados padrões de análise - High Volume Instrument (HVI) - e em diferenciais logísticos. "O algodão sai da fazenda rastreado, direto para o porto, sem ser descarregado em entrepostos. O manuseio do fardo é mínimo", diz. Neste momento, a Libero já consegue pôr a pluma no mercado com algum prêmio de preço, afirma o executivo. A meta, diz ele, é atingir os padrões de confiabilidade do algodão australiano, que por ser 100% irrigado e colhido em clima seco, tem qualidade reconhecida. "Trata-se de um mercado de entrega regular em 12 meses, de longo relacionamento com clientes internacionais e que consegue prêmio de 5 a 10 centavos de dólar por libra-peso contra o algodão brasileiro". Híbrida de cooperativa e fundo de investimento, a Libero tem taxas de operação semelhantes às de tradings convencionais, com exceção da comissão de corretagem, que não é cobrada de seus sócios. O retorno aos acionistas é feito via dividendos e aumento do valor de mercado da companhia. (FB) Fonte: Valor Econômico. 23 de novembro de 2010.
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