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CNA projeta avanço acelerado do campo


Sexta-feira, 17 de dezembro de 2010 - 09h16

O atual cenário de picos históricos nos preços das commodities, consumo interno aquecido e custos de produção em baixa devem manter o agronegócio brasileiro em acelerada expansão acima da média histórica em 2011. As previsões da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), divulgadas ontem, incluem um cenário de forte demanda externa, sobretudo na China, o que continuará a ajudar o setor mesmo com o dólar barato. Diante desse conjunto de fatores amplamente positivo, o faturamento dos 25 principais produtos agropecuários deve atingir R$ 252 bilhões neste ano e o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio crescerá entre 7% e 7,8%, superando a marca de R$ 800 bilhões, estima o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-USP). Além disso, as exportações devem somar US$ 76,7 bilhões, com um superávit de US$ 63,4 bilhões neste ano, segundo a CNA. E o bom desempenho do agronegócio em 2010 deve ser repetido em 2011. Aos fatores positivos, soma-se a existência de estoques mundiais de alimentos em baixa e a tendência de elevação no consumo das famílias. A CNA prevê faturamento bruto superior a R$ 261 bilhões. E as exportações devem atingir o novo recorde histórico de US$ 77,8 bilhões, com um saldo positivo de US$ 66,5 bilhões. "Mas se a China crescer abaixo de 8% em 2001, pode haver problemas", analisou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO). A volta da inflação e uma desaceleração econômica mundial também poderiam afetar as boas previsões da CNA para o setor. Em 2010, a grande força do agronegócio esteve dentro das chamadas porteiras das fazendas. Foi a agropecuária, cuja expansão deve chegar a 9,2%, quem puxou o rendimento do setor. Esse crescimento, se confirmado, ficaria muito acima da média histórica de 7,9% registrada pela agropecuária desde 2002. Em 2009, houve um retrocesso de 5,5% no PIB da agropecuária em razão da crise financeira internacional - antes, em 2008, o segmento havia expandido 7,9%. Na análise da CNA, o agronegócio acelerou seu crescimento a partir de setembro, alcançando 4% no acumulado de 2010. O bom desempenho é atribuído à aceleração dos preços em várias atividades agropecuárias. Ao mesmo tempo, houve um crescimento significativo no setor industrial. Na ponta dos insumos, os volumes em alta e preços em baixa marcaram o período. Para os fertilizantes, a alta produção e a aceleração dos preços têm reduzido a queda no faturamento da indústria. O cenário das indústrias de ração inclui expansão do faturamento com forte expansão da produção, o que amenizou o recuo dos preços. Em setembro, o PIB do agronegócio cresceu 1,12%. Os negócios da agricultura avançaram 1,29% no mês, o melhor desempenho do ano que fica ainda melhor quando comparado ao recuo de igual período de 2009. Assim, o crescimento do segmento no acumulado de 2010 chega a 4,46%. O setor de insumos teve desempenho mais modesto no mês, mas positivo - 0,35%, o que reduziu para 1,40% a taxa negativa do ano. Na indústria, a expansão foi mais significativa, de 7%. A distribuição cresceu 5,1% e o segmento básico avançou 1,74%. No agronegócio da pecuária, o desempenho positivo chegou a 0,72% em setembro, ampliando para 3,24% o crescimento acumulado em 2010. A performance deve-se ao segmento básico, que expandiu-se 1,02% no mês e acumula 5,78% no ano. No segmento de insumos, a taxa mensal atingiu 0,63% e a anual, 3,55%. Mesmo mais modesto, o segmento da distribuição manteve crescimento - 0,61% no mês e 1,79% no ano. Na contramão, o segmento industrial segue na contramão teve retração de 0,69% no mês. Fonte. Valor Econômico. Por Mauro Zanatta. 16 de dezembro de 2010.
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