O aumento do montante de crédito rural liberado à chamada agricultura empresarial entre 2003 e 2010 foi um dos grandes destaques do balanço apresentado ontem pelo Ministério da Agricultura sobre as ações da Pasta durante os dois mandatos do presidente Lula.
No evento realizado no Palácio do Planalto, o ministério lembrou que, entre as safras 2003/04 - a primeira planejada na gestão de Lula -e 2009/10, o total de recursos aplicados somou R$ 381 bilhões, R$ 225,7 bilhões dos quais com juros controlados. E os montantes continuam aumentando. Para a temporada atual (2010/11), foram anunciados R$ 100 bilhões.
Aliados a investimentos independentes das diversas cadeias produtivas para elevar a produtividade das lavouras e à demanda crescente por alimentos nos mercados internacional e doméstico, os recursos colaboraram para ampliar a produção brasileira de grãos de 123,2 milhões de toneladas, no ciclo 2002/03, para quase 150 milhões de toneladas em 2009/10. Para 2010/11, as estimativas atuais apontam para estabilidade em relação ao ciclo anterior, em parte por conta de um clima menos favorável às plantações em algumas regiões do país, reflexos do fenômeno climático La Niña.
Ainda no capítulo dedicado ao crédito, o ministério também realçou a criação ou o aprofundamento de alguns programas específicos de financiamento, como o Procap-Agro (voltado à capitalização de cooperativas), o Moderfrota (modernização da frota de máquinas agrícolas) e o Programa Agricultura de Baixo Carbono, este último lançado em agosto deste ano.
Além da ampliação do crédito, o balanço do Ministério da Agricultura privilegiou as ações da Pasta para apoiar a comercialização das produções, ações ligadas ao gerenciamento de riscos climáticos, à defesa agropecuária e à pesquisa agropecuária. No balanço apresentado, o ministério afirma que O desenvolvimento nacional da tecnologia agropecuária "teve papel decisivo na transformação da agricultura brasileira e no desempenho do agronegócio". É notória a importância da Embrapano processo, sobretudo na ocupação do Cerrado. Nesse contexto, foi realçado o avanço dos bicombustíveis - etanol e biodiesel.
Fonte. Valor Econômico. 16 de dezembro de 2010.