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Exportação de carne suína tem queda de 11% em 2010


Quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 - 09h43

O setor exportador de carne suína fechou 2010 com exportações de 540,4 mil toneladas, um recuo de 11,04% sobre o ano anterior e também abaixo da estimativa feita em dezembro passado. Naquela ocasião, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) havia previsto vendas externas de 560 mil toneladas do produto. Segundo a Abipecs, a oferta ajustada à demanda externa, a forte expansão do consumo interno, a valorização do real, a alta dos preços nos mercados interno e externo e a maior concorrência internacional influenciaram as exportações de carne suína em 2010. Enquanto os volumes caíram, a receita com as exportações cresceu 9,32%, saindo de US$1,23 bilhão, em 2009, para US$1,34 bilhão no ano passado. Os números mostram uma recuperação de 22,9% nos preços médios na exportação, mas, conforme a Abipecs, os valores ainda estão aquém dos preços obtidos no período de janeiro a outubro de 2008, antes do início da crise financeira mundial. Segundo a Abipecs, a Rússia foi o principal mercado para a carne suína brasileira em 2010, com a importação de 233,9 mil toneladas ou 43,30% do total. O segundo maior importador foi Hong Kong, com 99,7 mil toneladas ou 18,46% do total. Outra razão para a queda nas exportações de carne suína no ano passado foi a perda de competitividade do Brasil, em mercados como a Rússia. Com a valorização do real ante o dólar, concorrentes como os EUA e países da União Européia ficaram mais competitivos, argumenta a associação. Para Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, este ano deve ser novamente de demanda forte no mercado interno para a carne suína. Para as exportações, a previsão é alcançar 600 mil toneladas. “Precisamos abrir mercados de preços mais altos”, disse. Segundo ele, a expectativa é concluir processos de abertura de mercados em países como Coréia, Japão e também com União Europeia. A Coréia, um desses mercados de bons preços, enfrenta atualmente uma epidemia de febre aftosa e precisa de carne suína importada. O país negocia a abertura de seu mercado à carne suína de Santa Catarina, mas o processo está paralisado pois a Coréia aguarda uma resposta do governo brasileiro em relação ao trânsito indevido de carne bovina gaúcha no Estado. Como Santa Catarina é reconhecida como livre de aftosa sem vacinação, o trânsito de produto de Estados com status diferente não é permitido. Fonte: Valor Econômico. Por Alda do Amaral Rocha. 12 de janeiro de 2011.
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