O rebanho bovino mato-grossense aumentou em 5,1% de 2009 para 2010 de acordo com o levantamento do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). O incremento é de 1,474 milhão de cabeças totalizando um plantel total de 28,769 milhões, o maior do país. O crescimento é reflexo do investimento maior do produtor e da recuperação de mercado do setor.
Cerca de 60% do plantel é formado por machos, que entre um ano e outro elevou em 6% o número de animais, saltando de 16, 881 milhões para 18,003 milhões. Com relação às fêmeas, a variação foi de 3% alcançando 10, 765 milhões de cabeças em 2010. Uma redução foi detectada entre as fêmeas com mais de 36 meses, cuja quantidade de animais baixou de 5, 692 milhões para 5,281 milhões. Nenhuma categoria etária de machos diminuiu e os que mais cresceram foram de zero a 4 meses, com aumento de 13% e de 4 a 12 meses, com 12% a mais de animais.
O governador Silval Barbosa (PMDB) avalia que esta evolução comprova a liderança do Estado na pecuária e que o desafio a partir de agora é agregar valor à produção com a industrialização do setor. “Um rebanho de aproximadamente 29 milhões é muito significativo. É preciso atrair mais investidores interessados em processar nossa matéria-prima e exportar com valor agregado”. Segundo Barbosa, a melhoria na logística do Estado é um dos pontos que deverão contribuir para a expansão do setor e atração de mais indústrias.
Além disso, o governador afirma que linhas de crédito do Banco do Brasil, do Banco Nacional para o Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) podem financiar esta mudança de perfil e investimentos por parte dos produtores mato-grossenses.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, afirma que é importante ressaltar que a maior produção não resultou em desmatamento de áreas. “Mato Grosso tem uma produção sustentável que pode ser ampliada sem prejuízos ambientais. Pelo contrário, com o confinamento, a reforma de pastagens, ainda há possibilidades de crescimento e sem agressão ao meio ambiente”.
Rui Prado, porém, afirma que é preciso democratizar as linhas de crédito, que atualmente sobram recursos devido à burocracia. "Somos os maiores produtores, temos demanda por crédito, e mesmo assim a contratação é baixa. As condições para liberação e taxas de juros aplicadas têm que ser revistas para reverter o problema".
Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, Mato Grosso possui espaço e clima para continuar sendo líder em produção e que isso é um dos intuitos dos produtores do Estado.
Fonte: Diário de Cuiabá. 20 de janeiro de 2011.