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Scot Consultoria

Custo da cana varia até 41% em São Paulo


Quarta-feira, 26 de janeiro de 2011 - 08h51

Em um trabalho que levou quase dois anos, o Instituto de Economia Agrcola (IEA), rgo ligado Secretaria de Agricultura de So Paulo, levantou os custos de produo de fornecedores de cana-de-acar de todas as regies de So Paulo, desde as mais tradicionais, como Ribeiro Preto e Piracicaba, at as mais novas em cana, como Catanduva e Ja. O trabalho, considerado o mais abrangente j feito nessa rea, verificou que as diferenas entre os custos chegam a at 41%, variando de R$32,08 por tonelada a R$45,42. Mais do que um ineditismo geogrfico, o trabalho conseguiu incorporar os diversos sistemas de produo que se multiplicaram nos ltimos anos como reao a uma demanda contraditria no setor: aliar o aumento das exigncias ambientais e trabalhistas com a necessidade de reduzir custos, diz a pesquisadora do IEA, Marli Dias Mascarenhas de Oliveira. No estudo, um calhamao de mais de 90 pginas, foram encontrados nada menos do que sete formatos de produo diferentes, que contemplam os j tradicionais, nos quais o fornecedor planta a cana e a usina colhe, e os mais inovadores, como o de compartilhamento de mquinas e mo de obra. A pesquisa calculou custos de fornecedores em todas as seis principais regies produtoras de cana-de-acar do Estado: Araatuba, Assis, Catanduva, Ja, Piracicaba e Ribeiro Preto. No centro da questo custo esto a colheita e o transporte, tambm conhecidos como CCT (corte, carregamento e transporte). So esses itens que pesam no bolso do produtor e chegam a responder por mais de 50% do custo total da gramnea. Mas o IEA botou tudo na ponta do lpis e chegou concluso de que essa participao do CCT tambm varia bastante e fica entre 52,8% e 66% dependendo da regio e do sistema de produo adotado. Entre as combinaes mais competitivas est a de colheita feita pelos produtores, mas no sistema de condomnio, diz Marli. Por meio deles, os fornecedores compram mquinas e equipamentos para colher e organizam a logstica para atender rea de todos os fornecedores-condminos. Na regio de Ja, por exemplo, a colheita mecnica feita nesse regime resultou em um custo total de produo de cana de R$32,75. Na mesma localidade, o valor sobe para R$39,30 se o servio de colheita for prestado pela usina. Esse tipo de organizao, explica Marli, est mais presente nas regies novas em cana, como Ja e Catanduva. Nelas, a relao entre usina e fornecedor mais recente, por isso, o comportamento diferente, afirma a pesquisadora. Outra questo que fomentou nessa regio a expanso dos condomnios foi a pouca concorrncia entre usinas. Com menos indstrias para disputar a cana, os valores cobrados por servios, como colheita mecanizada, subiram, explica Ktia Nachiluk, tambm autora da pesquisa. De acordo com o estudo, em Ja, o custo da cana ao produtor sobe para R$39,30 com colheita mecnica feita pela usina e para R$40,01 quando esta presta servio de colheita manual. Ambos os sistemas esto entre os valores mais altos encontrados no Estado. J em Ribeiro Preto, quando a colheita com mquinas feita pela usina, o custo do fornecedor por tonelada de R$34,76, quase R$5 menos do que na mesma modalidade em Ja. Alm da relao usina-fornecedor ser mais tradicional em Ribeiro, essa diferena de preo se deve, segundo Katia, ao fato de na regio haver uma concentrao maior de usinas que disputam o fornecedor de cana, o que gera vantagens ao produtor. Outros sistemas alternativos apresentam crescimento, como a terceirizao da colheita com a contratao de empresas especializadas. Em Araatuba, o custo total da cana nessa modalidade foi tambm um dos mais baixos - R$32,08 por tonelada. O estudo do IEA estar disponvel no site do instituto no dia 31 de janeiro. Fonte: Valor Econmico. Por Fabiana Batista. 26 de janeiro de 2011.
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