Esse incremento no volume de exportação é um reflexo da expansão da demanda do mercado externo, que vem aceitando níveis de preço cada vez mais elevados
Confirmando o bom momento vivido pela pecuária, os embarques mato-grossenses de carne no mês de dezembro de 2010 registraram incremento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior, obtendo assim um acumulado de aproximadamente 19 mil toneladas de equivalente carcaça. A tendência é de que, neste primeiro trimestre, os embarques continuem aumentando, por conta da crescente demanda internacional.
Na avaliação do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), esse incremento no volume de exportação é um reflexo da expansão da demanda do mercado externo, que vem aceitando níveis de preço cada vez mais elevados. Os principais beneficiados são os pecuaristas, que estão comemorando o avanço dos preços nas últimas safras. A semana passada, por exemplo, encerrou com o preço médio da arroba do boi gordo cotado a R$91,41, variação de R$0,56/arroba em relação ao período da semana anterior.
No último trimestre de 2010, dentre os principais destinos de exportação do Estado, a China registrou aumento de 67% (7,50 mil toneladas de equivalente carcaça) no número de embarques ocorridos em dezembro, em comparação ao mês de novembro. Em seguida veio a União Européia, que obteve um incremento de 4% (2,03 mil toneladas) de equivalente carcaça em sua importação.
Apesar desse aumento no volume nesses dois destinos, a maior quantidade de carne exportada ainda é direcionada para o Oriente Médio e a Rússia, que juntos somam 46% do volume total das exportações de carne mato-grossense.
VALORIZAÇÃO
A valorização no preço pago pela arroba do boi gordo, ocasionada pela oferta restrita de animais durante o ano de 2010, está entre os fatores que influenciaram na escalada dos preços dos produtos do varejo. Em dezembro de 2010, na comparação com o mesmo período de 2009, o preço médio da carne obteve valorização de 28,23%, em detrimento da alta nos cortes mais nobres. As principais variações ocorreram com a picanha (alta de 109,20%), seguidas pelo filé mignon (71,98%) e pela costela, com 61%.
Os cortes dianteiros considerados de “segunda” foram os que tiveram os menores aumentos, como o acém, com incremento de apenas 3,56%, em relação a dezembro de 2009. Mesmo com esta evolução no patamar do preço, o mercado interno no ano passado manteve a sua participação em cerca de 80% do destino da produção mato-grossense, demonstrando um aumento no poder de compra da população.
De acordo com o Indea (Instituto de Defesa Agropecuária), o abate total em 2010 foi de 4,33 milhões de cabeças, registrando um incremento de 3,6% em relação a 2009. No comparativo com 2008, o crescimento foi de 5,11%.
Segundo o Imea, os grandes responsáveis por esse aumento no abate total foram os machos, que fecharam o ano com o número de 2,85 milhões de cabeças, apresentando crescimento de 5,8% na relação ao ano anterior. Já pelo lado das fêmeas, o abate foi de 1,48 milhões cabeças, tendo uma ligeira queda de 0,4%.
Devido a este resultado, as fêmeas representaram 34% do total abatido no Estado, obtendo a menor representatividade da série histórica do Imea, que teve início em 2003. Outro fato que chamou atenção nos dados analisados foi o crescimento dos abates de machos mais jovens. Neste sentido, os machos com idade entre zero e 24 meses registraram alta de 76%, totalizando 119 mil cabeças e o incremento visto nos machos com idade entre 24 e 36 meses foram de 18%. “Diante deste movimento, pode-se concluir que os animais, a cada ano que passa, vêm sendo abatidos mais cedo, devido aos novos sistemas de produção que combinam o melhoramento genético com a aceleração no ganho de peso dos animais”, aponta boletim do Imea.
Fonte:
Diário de Cuiabá. Por Marcondes Maciel. 2 de fevereiro de 2011.
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