Brasil e Colômbia - O risco de suprimento limitado de café no Brasil e na Colômbia, os maiores produtores mundiais de grãos arábica, fizeram com que a commodity tivesse alta ontem na bolsa de Nova York. Os contratos para maio encerraram o pregão na bolsa americana valendo US$2, 5125 por libra-peso, alta de 470 pontos. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o suprimento limitado de arábica justifica a alta. As exportações colombianas poderiam ser atrasadas por uma potencial greve de caminhoneiros. Além disso, as chuvas no Brasil estão aumentando o risco de doenças nos cafezais, segundo a Bloomberg, citando a Somar Meteorologia. No mercado interno, o indicador Cepea/ESALQ para o arábica subiu 0,5%, com a saca a R$460,91.
Oferta apertada - Os futuros de algodão subiram ontem na bolsa de Nova York com preocupações de que o suprimento global pode continuar aquém da demanda. Os contratos para maio encerraram o pregão a US$1,67 por libra-peso, valorização de 382 pontos. O Paquistão, o quarto maior produtor mundial da pluma, está diante de estoques curtos de 2,5 milhões de fardos, segundo a associação de indústrias têxteis do país. Os preços da commodity mais que dobraram nos últimos 12 meses com a aceleração da demanda na China, cuja importação em 2010 atingiu 2,84 milhões de toneladas, o maior nível desde 2006, segundo a Bloomberg. No mercado interno, o indicador Cepea/ESALQ para a pluma fechou em alta de 0,95%, com a libra-peso a R$3, 6172.
Protesto nos portos - A greve dos trabalhadores dos principais portos da Argentina ajudou a elevar as cotações da soja ontem na bolsa de Chicago, na medida em que navios estão bloqueados para embarcar a mercadoria. O contrato com vencimento em maio encerrou o pregão valendo US$14,48 por bushel, alta de 24,75 centavos de dólar. De acordo com analistas ouvidos pela Bloomberg, a greve na Argentina está ajudando a elevar a procura por grãos dos Estados Unidos. “É uma valorização para as exportações americanas, enquanto a paralisação continua”, diz Dale Durchholz, da AgriVisor LLC, de Illinois. Os preços também aumentaram por especulações de que a demanda pode subir na China. No mercado do Paraná, a saca da soja fechou em alta de 0,11% a R$46,56, segundo o Deral/Seab.
Greve argentina - Assim como ocorreu com a soja, os futuros de milho subiram ontem com a greve nos portos da Argentina. Os papéis com vencimento em maio encerraram o pregão de ontem na bolsa de Chicago a US$6, 7650 por bushel, alta de 6,50 centavos de dólar. De acordo com a Bloomberg, cerca de 30 navios estão bloqueados nos principais portos da Argentina, segundo informações da Câmara de Comércio. Os exportadores americanos sentiram o efeito e informaram vendas de 120 mil toneladas de milho para destinatários desconhecidos com entrega para antes de 31 de agosto, segundo a Bloomberg, citando dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Em Sorriso (MT), a saca do grão continuou estável com compradores oferecendo R$20, segundo Imea/Famato.
Fonte: Valor Econômico. 2 de fevereiro de 2011.