Índia e Austrália - Preocupações quanto à oferta de açúcar na Austrália e na Índia foram decisivas para elevar as cotações da commodity ontem na bolsa de Nova York. Os papéis com vencimento em maio fecharam a 32,76 centavos de dólar por libra-peso, alta de 125 pontos. De acordo com a Bloomberg, o ciclone Yasi que está na costa do Estado de Queensland, na Austrália, pode causar perdas de US$504 milhões à indústria de açúcar do país, que foi também recentemente afetado por grandes inundações. Além disso, a produção do adoçante na Índia pode ser menor do que o previsto por causa das fortes chuvas, afirmou à agência a organização indiana de produtores de açúcar. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o açúcar cristal fechou em alta de 0,46% com a saca de 50 quilos a R$76,86.
Consumo em alta - Os preços do café tiveram mais um dia de forte valorização na bolsa de Nova York ontem. Foi a segunda alta consecutiva nesta semana. Os contratos com vencimento em maio terminaram o pregão a US$2,5225 por libra-peso, em alta de 100 pontos. Segundo a Dow Jones Newswires, o mercado ainda tem receio sobre a capacidade de oferta dos países produtores, principalmente diante da expectativa de crescimento da demanda em países consumidores, entre eles o Brasil, maior produtor e segundo maior consumidor do mundo. Analistas acreditam que nem mesmo a colheita do café no Brasil será capaz de elevar a oferta o suficiente para pressionar os preços em Nova York. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq do café arábica subiu 1,18% para R$466,36 por saca.
Efeitos climáticos - As incertezas sobre o verdadeiro tamanho das perdas nos pomares da Flórida provocadas pelo frio fizeram com que os preços do suco de laranja tivessem uma alta modesta no pregão de ontem, na bolsa de Nova York. Os contratos para maio fecharam a US$1,6905 por libra-peso, alta de 10 pontos. Segundo a Bloomberg, os analistas acreditam que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) possa reduzir sua estimativa para a produção da Flórida, no relatório da próxima semana. O ajuste, contudo, será com base nas perdas de dezembro do ano passado. O último relatório do USDA indicou uma safra de 140 milhões de caixas na Flórida. No Brasil, a caixa de laranja para indústria foi cotada ontem a R$15,00, segundo o Cepea.
Demanda maior - Os preços futuros do algodão registraram nova alta ontem devido a preocupações de que a safra atual não consiga atender à demanda global pela fibra. Na bolsa de Nova York, os papéis com vencimento em maio encerraram o dia a US$1,71 por libra-peso, com ganho de 400 pontos. De acordo com analistas de mercado ouvidos pela agência Dow Jones Newswires, muitas processadoras de algodão entraram no mercado sem travar preços, com a expectativa de vê-los cair. “Agora, estão sendo forçadas a comprar a fibra em patamares mais altos de preços”, disse o analista independente Mike Stevens. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq para a libra-peso do algodão ficou em R$3,6335 por libra-peso, com alta diária de 0,45%. No mês, a commodity já acumula alta de 1,41%.
Fonte: Valor Econômico. 3 de fevereiro de 2011.