E o ano de 2005 acabou. Aconteceram tantas coisas... tantas...
- As expectativas decorrentes da ascenso de um governo com fortes tendncias socialistas, foram completamente frustradas. O capitalismo com todas as suas mazelas continuou sendo o pano de fundo das aes governamentais, com as mesmas conseqncias de sempre de um lado o setor bancrio cada vez mais gordo; de outro, desemprego, excluso, marginalizao, insegurana e violncia. Mas a economia cresceu! Bem como a concentrao do capital na mo de poucos. E mais uma vez se confirma crescimento econmico no implica necessariamente em desenvolvimento. Para que este ocorra seriam necessrias profundas reformas na estrutura da sociedade de modo que cada vez mais, parcelas crescentes da populao tenham acesso educao, sade, alimentao e recursos para a aquisio dos bens materiais necessrios. E isto, lamentavelmente no ocorreu em 2005.
- A falta de tica e a corrupo continuaram sendo a tnica no meio poltico-partidrio brasileiro. E isto no caracterstica deste ou daquele partido. Pelo contrrio, so prticas generalizadas que esto beirando a banalizao j no surpreendem mais ningum! Fica a impresso de que a falta de tica e a corrupo esto irremediavelmente incrustados na cultura e na poltica nacional. As CPIs serviram mais como instrumentos de ataque e defesa para meras disputas interpartidrias, retardando de forma acintosa a discusso e votao de importantes projetos para a sociedade. Quanto a resultados prticos e efetivos no sentido da moralizao da poltica brasileira, quase nada. E tudo isso, lamentavelmente, aconteceu em 2005.
- O agronegcio brasileiro continuou crescendo em 2005, gerando riquezas para o pas e para os diferentes elos das cadeias agroindustriais. No entanto, foroso reconhecer que a riqueza gerada pelo crescimento do agronegcio no est sendo distribuda de forma harmnica entre os diferentes elos que constituem essas cadeias. De fato, enquanto alguns setores esto em fase crescente de acumulao de capital, como o caso dos setores de insumos, mquinas e equipamentos, fortemente oligopolizados, o elo representado pela produo, mais particularmente pelas mdias e pequenas empresas rurais, no est se beneficiando adequadamente desse enriquecimento. Pelo contrrio, notrio o crescente processo de descapitalizao dessas empresas. Os custos de produo sobem em velocidade vertiginosa enquanto os preos pagos pelos produtos primrios se mantm estacionrios. Os movimentos de protestos das classes produtoras nas manifestaes pblicas em diferentes regies do pas foram intensos, mas incuos.
- As universidades/faculdades de cincias rurais continuaram graduando profissionais sem nenhum comprometimento com as reais necessidades do meio rural. No avaliaram e nem modificaram seus mtodos pedaggicos que, segundo Polan Lacki, se caracterizam por promover uma oferta profissional inadequada para uma demanda rural insatisfeita, gastando parte de seus recursos para a formao de desempregados.
APESAR DE TUDO...
Mas, apesar de tudo, continuamos sendo um povo pacfico, simptico, sorridente, afvel, esperanoso e feliz! Parafraseando Euclides da Cunha, podemos dizer que o brasileiro , antes de tudo, um forte!
Olhemos para 2006 com esperanas. Certamente ser um ano melhor!
Um grande abrao, um feliz natal e um ano novo cheio de realizaes para os leitores, para a minha tribo de Bebedouro e... para todos os brasileiros.
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