Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.
Seria cômico se não fosse trágico: o baixo clero chega pela primeira vez a mesa diretora da Câmara Federal brasileira.
Não haveria maiores problemas com esse fato, afinal quem distingue baixos e altos cleros são os deputados e não a população, se não fosse a forma ostensiva como o Presidente eleito, o Deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), defende as mordomias no Congresso. Aumentos salariais, maiores verbas nos gabinetes, novas verbas de representação e viagens e a possível volta do nepotismo, são alguns exemplos do que já veio e poderá vir.
Sinceramente não me surpreende. Eu sei que há bons e maus políticos, mas também sei que há muitos que se revestem de “santinhos” e nos bastidores fazem a política do toma-lá-dá-cá. Ele está agindo com autenticidade.
Mas mesmo sem me surpreender não posso deixar de ficar indignado.
É no mínimo revoltante ter que aceitar esse tipo de comportamento, ainda mais em um país que a maior parte da população se sacrifica devido à prática por parte do governo federal de políticas fiscal e monetária austeras, isto é, paga uma carga tributária elevadíssima, não recebe a devida contra-partida e convive com os maiores juros reais (acima da inflação) do planeta.
Quando vi pela primeira vez a manifestação no nobre Presidente da Câmara dos Deputados logo me veio a lembrança dos personagens de humor caracterizados pelo Chico Anísio: “quero que o povo se exploda!”.
Não sei em que vai dar todo esse processo, mas algumas coisas ficarão para a história:
a incapacidade (ou seria arrogância?) da base governista que foi incapaz de se articular em torno de um único e forte nome para Presidência da Câmara Federal; à volta do trem da alegria; o desrespeito a todos os cidadãos de bens (dos mais simples aos mais ricos) e acima de tudo a inclusão definitiva do novo verbo em nossos dicionários: Severinar!
Então quem leva vantagem a partir de agora pode conjugar o verbo e responder: Você Severina, Severinou ou vai Severinar? Espero que nunca.