Se, economicamente falando, o ano de 2005 tivesse que ser resumido em uma única palavra, em meu entendimento seria o ano da dualidade.
De um lado a inflação caiu. Observem o IGP-M, fechou o ano em 1,21%, o menor índice de sua série histórica. Mesmo o índice oficial do governo, o IPCA, ficará em torno da meta fixada.
As exportações, mesmo a um câmbio descalibrado, fecham o ano acima de US$117 bilhões, com superávit comercial na casa dos US$45 bilhões, com reservas cambiais na casa dos US$60 bilhões. Risco do país girando entre 300 e 350 pontos, bom parâmetro para os níveis brasileiros.
Por outro lado a economia patinou. Cresceremos modestos 2,5% neste ano, enquanto a Argentina crescerá na casa dos 8%, o Chile e México acima de 5%. Se a geração de emprego foi a tônica do primeiro semestre, no segundo semestre a coisa se inverteu, e fecharemos o ano com desemprego médio em dois dígitos. O que é pior, sem melhoria substancial nos indicadores sociais.
Temos ainda a corrupção que correu solta, a classe política se depreciando, enfim, um país efetivamente de contrastes. E é nesse cenário que começamos hoje, dia primeiro de janeiro, uma nova jornada. É a perspectiva do novo que suplantará esse velho na economia e em todo o resto.
Se o país é dual, sua gente não o é. E é com essa gente vigorosa que faremos a diferença. Saiu velho ultrapassado, entra novo, promissor.
Que tenhamos sabedoria para, baseado no passado, projetarmos melhores dias para o futuro.
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