*por reinaldo cafeo
Em ano de eleição presidencial, nos parece oportuno incluir no debate nacional o modelo de Estado que queremos para o Brasil.
A chamada postura neoliberal que em parte caracteriza o desenho econômico traçado pela equipe de FHC e dado seqüência pelo governo Lula, nos remete a uma reflexão mais aprofundada desse assunto.
O neoliberalismo (doutrina político-econômica que representa uma tentativa de adaptar os princípios do liberalismo econômico às condições do capitalismo moderno), preconiza entre outras coisas a auto-regulamentação do mercado, à volta da "ordem natural" para reger a vida econômica.
Vejam que nesse contexto o espaço para um Estado Interventor é cada vez menor. Para garantir a intervenção plena ou parcial, o Estado deveria ser mais dinâmico, mais enxuto, mais próximo da realidade do país, eficaz, enfim, competente o suficiente para "prover" tudo que a sociedade necessita. Não é isso que se observa.
O Estado regulador abre espaço para uma economia mais livre, bem no formatado neoliberal.
É claro que não podemos imaginar que a "mão invisível" de Adam Smith irá se encarregar de resolver as crises econômicas, mesmo porque sua eficiência já foi questionada por Keynes na década de 1930, todavia, vale a reflexão sobre esse excesso de intervenção praticada pelo Governo Central.
Nos parece que o espaço para esse Estado divorciado das questões sociais é cada vez menor, e, como solução duradoura, a diminuição de suas funções, abriria espaço para cobranças mais significativas na geração do bem estar para a sociedade.
O indicativo momentâneo é que, por mais que queiramos identificar o modelo econômico do país, esse, parece uma colcha de retalho.
Afinal, queremos regular ou intervir? Vale a reflexão.