Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.
*por reinaldo cafeo
Em um mercado estreito, no qual quem dá o tom são poucas empresas exportadoras (cerca de 33% das exportações brasileiras são realizadas por 20 empresas) e o capital estrangeiro, a oferta da moeda norte americana é maior que a demanda e a cotação não se sustenta.
As grandes empresas conseguem contornar, ao menos no curto prazo, o que podemos chamar de defasagem cambial, afinal possuem escala para redução de custos, produtos que podem competir internacionalmente e, além disso, possuem estrutura financeira capaz de, com boa engenharia financeira, compensar as perdas que esse câmbio oferece.
As empresas de pequeno e médio portes já não conseguem manter o mercado internacional. Precisam de oxigênio cambial o que não é oferecido neste momento. Podem perder todo trabalho desenvolvido ao longo desses anos. Deixam de ser competitivas.
O sinal de alerta virá com o resultado da balança comercial, isto é, quando o superávit (resultado das exportações menos importações) declinar. Aí pode ser tarde. Outro cuidado é com uma eventual elevação brusca do dólar, e com ela, volta da indexação de muitos preços.
Se o câmbio baixo garante controle de preços no mercado interno, na outra ponta estimula a importação e acima de tudo prejudica a captação de importantes recursos em moeda estrangeira.
A autoridade monetária tem enorme responsabilidade neste momento, portanto, omitir, jamais.
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