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Scot Consultoria

Já quebramos muitos ovos e nada de omelete


Quarta-feira, 3 de maio de 2006 - 15h21

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Risco país abaixo de 220 pontos. Dólar abaixo de R$ 2,09. Bolsa de Valores acima de 40 mil pontos. IGP-M com deflação de 0,42%. Superávit primário dentro da meta. Indicadores que falam por si só. Seriam parâmetros mais que suficientes para indicar que o país caminha a passos largos para um crescimento sustentado. Seriam... Ocorre que esse desempenho está centrado no lado monetário da economia, composto pelos mercados de títulos públicos, da moeda estrangeira, isto é, do dinheiro. O mundo real, esse que produz bens e serviços, gerando emprego e renda, não vai tão bem assim. O crescimento da economia é modesto. O nível de desemprego está acima de 10%. A renda média do trabalhador cresce a custa da redução do contingente de trabalhadores. O crédito para as pessoas físicas e empresas de pequeno porte é proibitivo. O setor primário da economia padece sem garantias mínimas e protestos de toda ordem. A classe média não sabe mais o que fazer para garantir um mínimo de qualidade de vida. Muitos dizem que “é preciso quebrar o ovo para fazer omelete”, quando se referem a primeiro estabilizar a economia para depois voltar a crescer, entretanto, já estamos quebrando esses ovos há mais de 10 anos e nada de omelete. Tomara que esse bom momento do lado monetário contagie o mundo real, caso contrário, só ofereceremos a ração que as minorias desejam.
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