Volta à baila a discussão em torno da prorrogação da CPMF - Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira, que de provisória não tem nada.
Criada para financiar o setor de saúde no Brasil, há tempos perdeu essa
finalidade, e passou a constituir mais uma fonte de arrecadação do governo.
Considerando que a alíquota do imposto - 0,38%, é idêntica para ricos e
pobres, portanto não possui a característica da progressividade, podemos
considerá-la em essência, injusta.
Na prática esse tributo representa mais do que simples fonte de receita: é
um importante instrumento que permite ao fisco cruzar informações da
movimentação financeira com a declaração de rendas, tanto de pessoas
físicas como jurídicas.
Por esse prisma avaliamos que o governo Federal não abrirá mão da cobrança.
Por sinal, ela já está pronta, é só trocar a interpretação de "P" de
provisória para "P" de permanente.
Quando se fala em reforma tributária nos vem à mente a simplificação e
acima de tudo a prática da justiça tributária.
Manter um tributo como a CPMF, mesmo com apelos arrecadatórios e de
fiscalização, nos parece que vai na contramão do desejo da sociedade.
Uma contribuição que incide em toda cadeia produtiva, que não analisa a
condição social das pessoas e empresas, não pode ser bandeira de governo
algum.
Seria o momento de acabar definitivamente com esse indesejado tributo.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado
em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do
Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas
econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru,
perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível
(perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências
Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do
Escritório de Economia ECONOMI@ Online.