Mesmo considerando que no Brasil existe forte concentração da produção, é fato que os consumidores começam a se dar conta que são soberanos no mercado.
Devem e precisam praticar o efeito substituição. Isso leva as empresas a reverem suas estratégias na formação de seu preço de venda.
No passado, com inflação elevada, toda a incapacidade em controlar custos, era repassada aos preços, e os consumidores, sem referenciais de preços, acabavam aceitando preços acima do que efetivamente usufruem em utilidade ao consumir os bens ou serviços.
Em muitos mercados dos produtos, houve uma inversão: quem estabelece o limite de preço é o consumidor. Nesses casos ele passa a comandar o processo.
Algumas empresas passaram a consultar os consumidores quanto ao preço a ser praticado no mercado.
A inversão em curso é: se o preço de venda é definido no mercado só há duas saídas plausíveis ao empresário - diminuir custos ou reduzir margens de lucro. Fica evidente que há necessidade de adequação das empresas a realidade. São mudanças estruturais.
A teoria é essa, e a prática? É começar. De um lado o consumidor, buscando produtos de mesma qualidade com preços menores. Deixem os produtos sobrando nas prateleiras que o empresário terá que reduzir seus preços. Pratique isso!
De outro lado às empresas. Levantem seus custos. Organize-os por centros de custos. Calcule a relação custos/vendas. Calcule quanto cada funcionário representa em termos de produção e vendas.
Estabeleça metas de vendas, custos e lucro. Sinta as necessidades dos consumidores e adeqüe seus produtos a essas necessidades.
O consumidor tem que ser soberano no mercado e as empresas estrategistas. Praticando isso podemos ter harmonia no mercado.
Quanto ao repique atual da inflação? Mais uma vez o consumidor é que terá, sempre que possível, o poder no sentido de evitar abusos.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.