Dados do IBGE em relação ao desempenho da economia brasileira em 2007 apontam para um Produto Interno Bruto na casa dos R$2,5 trilhões. Crescimento de 5,4% sobre 2006.
É pouco se pensarmos em PIB per capita (por pessoa), pois seriam R$13.515,00 ao ano. Mesmo com um crescimento real (descontada a inflação) de 4%, esse valor demonstra que temos um longo caminho a ser trilhado.
Apesar dessa observação vamos enxergar o “lado cheio do copo”.
O crescimento de 5,4% do PIB foi melhor do que se esperava. A aposta do mercado e analistas (não palpiteiros, como mencionou o presidente Lula) é que o índice ficaria abaixo de 5%. Além disso, os investimentos cresceram 13,4%, portanto, importante indicativo que poderemos ampliar a capacidade de oferta ali na frente.
Mesmo com juros médios nas alturas (e se depender do Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro sem queda a curto prazo), as famílias saíram às compras. O consumo das famílias cresceu 6,5% em 2007 se comparado a 2006. O consumo depende basicamente de renda e crédito. Considerando que há no país o que podemos chamar de demanda reprimida, é só dar uma mínima condição financeira que o brasileiro sai às compras.
Por setores tivemos: a agropecuária (5,3%), indústria (4,9%) e serviços (4,7%). O crescimento da agropecuária deveu-se principalmente à lavoura, com destaque positivo para trigo (62,3%), algodão herbáceo (33,5%), milho em grão (20,9%), cana (13,2%) e soja (11,1%).
Dentre os subsetores da indústria, a maior alta foi a da indústria da transformação (5,1%), seguida pela construção civil e por eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, cada um deles com crescimento de 5,0%.
As maiores elevações nos serviços foram nos subsetores intermediação financeira e seguros (13,0%), serviços de informação (8,0%) e comércio (7,6%).
Em resumo: crescimento acima do esperado, mas temos uma geração de riqueza muito aquém da dimensão e das necessidades do país. De qualquer maneira o país atravessa um bom momento e em alguns setores com certa euforia indicando que quem efetivamente tiver diferenciais competitivos poderá usufruir desse bom momento.
Tudo seria mais fácil com menor carga tributária e política monetária mais branda, mas aí pedir de demais.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.