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Bolivarianadas


por Alma

Terça-feira, 12 de janeiro de 2010 - 10h58

Fernando Sampaio é engenheiro agrônomo formado pela ESALQ/USP, especialista em mercado de carnes pela ESA Angers. Pensador em tempo integral, cronista nas horas vagas. Seu dia foi cheio? Está cansado de ver preços e números? Leia a coluna do Alma e relaxe. Coluna do Alma, para você não se esquecer das outras coisas da vida.


Trechos da coluna de Cesar Maia na Folha de SP, de sábado (09): "Últimas Bolivarianas". 1. Evo Morales, reeleito presidente da Bolívia, determinou a prisão de Manfred Villas, ex-oficial do Exército, ex-governador de Cochabamba e seu adversário mais próximo, com uns 20% de votos. Reyes já não estaria no país. Em 1º de janeiro, foram presos três chefes de polícia e destituídos os diretores de Inteligência e da Interpol. 2. Nesse mesmo dia, Morales informou que as decisões da justiça indígena serão inapeláveis. O projeto de lei, preparado pelo Ministério da Justiça, diz que "as decisões da jurisdição indígena têm o caráter de coisa julgada e não poderão ser revistas". A base é a Constituição aprovada em fevereiro de 2009. A justiça indígena só existe por tradição oral. Os juristas consideraram esse ato uma aberração jurídica. 3. Daniel Ortega, num pacto antigo com o ex-presidente (na época em prisão domiciliar), mudou a Corte Suprema da Nicarágua e dividiu-a com aquele. Agora conseguiu que essa corte anulasse dispositivo constitucional que proibia a reeleição. A oposição não reconhece a decisão. No dia 3 de janeiro, a imprensa destacou a ausência do presidente Ortega há 18 dias. A ausência de Ortega não admira ninguém, pois é sua esposa, Rosário Murillo, que governa de fato. 4. Rafael Correa, presidente do Equador, abriu o ano denunciando uma suposta conspiração "na qual estão envolvidos certos elementos das FFAAs vinculados aos Gutiérres", líderes do Partido Sociedade Patriótica -PSP. E chamou ao apoio popular para defender o regime. Correa disse que, a partir deste mês, começarão uma série de protestos da União dos Educadores e da Confederação de Nacionalidades -Conaie. "Nós não temos oposição, mas obstrução, conspiração e desestabilização, mas lhes temos dado com a pedra nos dentes, porque o Equador profundo está contente", disse. Questionou a Conaie, dizendo que essa organização indígena "sempre se presta para os jogos da direita". 5. Chávez fechou o ano apresentando os equipamentos militares que comprou da Rússia. Disse que está pronto para a guerra. Formalizou as Milícias Bolivarianas como vetor das FFAAs. 6. Lugo, presidente do Paraguai, contido pelo Parlamento, conseguiu a anulação dos atos de 2007 de destituição de dois ex-ministros da Corte Suprema. O Senado não reconheceu. Novos filhos do ex-bispo continuam a aparecer - e fala-se em 17. O presidente do senado paraguaio, Miguel Carrizosa, disse que a pressão para aprovar a entrada da Venezuela no Mercosul estaria vindo por meio das maletas de Chávez e da diplomacia bilheteira. Disse esperar que seus colegas não se vendam. E, por aqui no Bananão... Trechos do editorial do Globo (09). "Na crise militar, Lula confidenciou não ter lido o decreto do ‘programa’ que assinara. De fato, se lesse veria que seu governo está sendo usado para um golpe via Legislativo, bem ao estilo chavista. Tem agora a chance de salvar o governo de pelo menos uma grande trapalhada tragicômica. Cabe, ainda, destacar o papel da Casa Civil em todo o imbróglio. Como nada chega à mesa do presidente sem o aval dessa instância, a candidata Dilma Rousseff tem o nome ligado à iniciativa. Assim, mesmo que Lula mande engavetar os absurdos que assinou sem ler, o projeto chavista de governo será inevitável tema na campanha eleitoral, por ter sido avalizado pela ministra."
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