Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.
Uma das características das eleições presidenciais que se aproximam é a previsibilidade quanto à discussão de qual modelo econômico o Brasil adotará.
Quando da sucessão de Fernando Henrique Cardoso, havia uma discussão ideológica. De um lado a manutenção do modelo neoliberal e do outro o discurso histórico de um Partido dos Trabalhadores que pregava maior participação do Estado na economia.
A prática demonstrou que houve somente continuidade na maneira de conduzir a economia nacional, não obstante a mudança de estilo da gestão implementado pelo presidente Lula.
Considerando a possível polarização entre PT e PSDB, não haverá de parte a parte nenhuma discussão calorosa quanto ao modelo a ser adotado daqui para frente. Por sinal, pensar em mudança radical na condução da economia nacional é dar um tiro no pé, à medida que a estabilidade econômica está em curso e com ela uma excelente avaliação do atual governo.
O PT terá que manter a coerência e indicar os mesmos caminhos trilhados até agora pela equipe econômica, e o PSDB, condutor por oito anos da estabilidade econômica nos moldes atuais, não trará novidades sobre o destino da economia nacional.
O que restará na discussão política? Modelo de gestão. Aqui sim será possível analisar a política de gastos públicos, com redução dos gastos em custeio privilegiando os gastos em investimentos, ações que melhorem a distribuição de renda no país, com melhoria na educação pública, eliminação da burocracia e desperdício dos recursos públicos, enfim, uma infinidade de questões que permitirão em última instância identificar estilos de gestão.
No tocante aos gastos públicos, talvez seja o maior desafio para o próximo governo, à medida que o atual governo abriu a guarda neste particular.
Ao eleitor caberá a avaliação crítica, considerando que de novidade teremos pouca coisa.
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