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Scot Consultoria

Projeção é de inadimplência do consumidor


Segunda-feira, 19 de julho de 2010 - 17h14

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Que a economia nacional vive um bom momento não há dúvidas. Puxado pelo consumo das famílias, com bom desempenho em todos os setores da economia, o Produto Interno Bruto brasileiro será robusto em 2010. Apesar deste cenário benigno, teremos que conviver com alguns efeitos colaterais indesejáveis. O primeiro deles já perdeu forças: a inflação. Com juros mais altos, queda de preços de commodities, valorização do real frente ao dólar, os preços já não aumentam na mesma velocidade do primeiro semestre. Outro efeito previsível é aumento da inadimplência do consumidor. É lamentável que isso ocorra, mas é possível entender porque ocorrerá. De um lado falta ao brasileiro, na média, senso de planejamento. Muitos ainda pensam como se estivéssemos na época de inflação de 40% ao mês, portanto, levam a vida financeira pessoal embolada. Contraem dívidas sem ter a menor noção se terão recursos para honrá-las. A inflação mascarava essa deficiência, mas com preços estáveis a coisa muda de figura. De outro lado falta educação financeira. Esses consumidores se preparam para muitas coisas, mas não para lidar com o dinheiro. Tentam manter um padrão de vida incompatível com a renda disponível, se deixando levar pelo ambiente social e, quando caem na real, a dívida já é uma realidade. Normalmente são presas fáceis do crediário a perder de vista, pois analisam mais o valor da prestação mensal do que o valor total envolvido e a taxa de juros embutida neste crediário. Analisam se a prestação é baixa em relação à renda, em vez de analisarem se há espaço para assumir mais um gasto dentre tantos já contraídos. Devemos considerar ainda a elevada taxa de juros. Uma pequena dívida no cheque especial ou no cartão de crédito vira uma bola de neve, com juros extorsivos que podem atingir entre 150% a mais de 400% ao ano, principalmente no cartão de crédito. Mesmo com o emprego em alta, com melhoria da renda familiar, os gastos sem planejamento levam o consumidor a ter que escolher o que pagar e, entre garantir a sobrevivência da família, priorizando os gastos essenciais, e pagar as prestações assumidas, de gastos supérfluos, é evidente que priorizarão os essenciais, portanto, inadimplência na certa. Alguns são obrigados a vender patrimônio para evitar o pior. São aqueles que compram o que não precisam e vendem o que precisam. Sempre é tempo de mudar o rumo das coisas e caberá a cada consumidor a mudança de atitude em lidar com o dinheiro. O que está em jogo é a manutenção da qualidade de vida. Não faça parte das estatísticas dos endividados, dos que têm nome sujo na praça e não figure entre os inadimplentes. Planejar e controlar, sempre!
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