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Scot Consultoria

O G 20, a Crise Alimentar e o WFF


Terça-feira, 22 de fevereiro de 2011 - 08h52

Engenheiro Agrônomo formado pela ESALQ/USP com mais de 40 anos de experiência no setor de agronegócio.


Não vivemos sem água, alimentos e energia. São três temas abordados atualmente por governos, ONGs, organizações mundiais, congressos e seminários que proliferam em todos os cantos. Mas o que se faz realmente? É preciso separar o academicismo do que realmente acontece. Os países e seus representantes falam para o mundo com um esmalte político de equilíbrio grupal ou individual, no entanto atrás desse esmalte cada país defende as suas empresas, o emprego, o imposto por elas gerado, muitas vezes com pesadas intervenções com suporte financeiro ou subsídio. Na energia o carvão e o petróleo são vilões, e os principais agentes primários da mudança do clima. Nesta área ninguém mexe. Os players são "Gullivers" e todos querem mais, não importa escavar ou perfurar o fundo do mar. Que se danem os ambientalistas. A energia renovável para estes é na realidade uma “flagship” teatral. No tema água, não é necessário comentar. Todos que lêem conhecem o problema. No tema alimentos, na ponta produtiva o produtor rural é sempre penalizado. Desde os tempos antigos ele é tratado como a mais baixa categoria. No comércio estão as grandes companhias internacionais que dominam a logística, atuam nas bolsas, fazem "Hedge", financiam, algumas industrializam, etc., e vão ao mercado consumidor. A população mundial cresce, a demanda cresce, mas os meios de produção não crescem na mesma velocidade da demanda, e são impactados por inúmeras restrições e barreiras. São elas, a falta de uma política global e de capital, a ocorrência de acidentes climáticos (secas, chuvas em excesso, etc.), tributações inadequadas ou protecionistas, o desprezo histórico ao produtor rural e a ação espalhafatosa da mídia e dos administradores do controle da inflação quando os preços sobem. Mas qual seria um caminho para ajudar a aumentar oferta de alimentos em um universo tão grande de "players" e de interesses tão contraditórios? Seria contingenciar, controlar, fiscalizar, estabelecer cotas, impostos discriminatórios, enfim, intervir no mercado afetando a oferta e a procura ao belo prazer das autoridades que amanhã não responderão e não estarão mais nos cargos? Desenvolver estudos e estudos, planos e planos, previsões e previsões? Definitivamente não! Um dos caminhos eficientes será investir no crescimento da produção, sim, nos projetos executivos em áreas de expansão ou em novas fronteiras, com adoção de tecnologias adequadas e de boas práticas de produção, dentro da sustentabilidade necessária. O G20 vai se reunir outra vez. Ao invés de se partir para o estabelecimento de restrições,condicionamentos,etc, como deseja o líder francês, a pauta poderia incluir a criação de um fundo mundial para apoiar o crescimento da produção do agronegócio mundial, incluindo a produção familiar, financiando projetos executivos, não estudos e planos. Estudos já os há em excelente quantidade, pela ONU/FAO, Banco Mundial e outras agências de desenvolvimento oficiais ou privadas. O Brasil poderia levar esta bandeira. Porque não um “WFF – World Food Fund”?
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