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Scot Consultoria

Status: para que serve mesmo?


Quarta-feira, 15 de junho de 2011 - 08h38

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Quando menciono a palavra status (do latim: estado ou condição ou grau elevado de distinção e prestígio social) me vem à mente os produtos que são reconhecidos pelos consumidores como diferenciados. A sociedade moderna passou a dar uma importância cada vez maior a esses produtos. Os adolescentes, na maioria das vezes influenciados pelo meio social, não abrem mão do consumo de produtos “de marca” para que sejam aceitos ou até mesmo reconhecidos no meio em que vivem. São exemplos desses produtos: tênis, roupas, acessórios, entre outros. Tenho observado, por exemplo, famílias com dificuldades em pagar integralmente a fatura do cartão de crédito, porque as compras que realizam, boa parte para sustentar o status familiar, comprometem todo o orçamento familiar. Operam com um nível de gastos incompatível com a renda auferida. Não adequaram o padrão de vida. Do que adianta ostentar um produto de marca se o que está em jogo em honrar os compromissos financeiros em dia? Perdem qualidade de vida por se equivocarem na percepção da vida. Invertem os valores, admitindo que a aceitação no grupo social se dê em função de seu poder aquisitivo, nos bens materiais que possuem, e não pelo que são verdadeiramente. Não quero aqui preconizar que o consumo destes produtos de marca deva ser abandonado. Não é esta a questão. O que não é aceitável é valorizar demasiadamente estes produtos. É como se, para algumas pessoas, o fundamental da vida girasse em torno do possuir, do ter e ter cada vez mais, custe o que custar. Felizmente observo, mesmo que timidamente, a valorização do simples. Casais estáveis, com filhos centrados na essência da vida, que consomem sim, mas com critério, dentro do limite imposto pela renda, sem ostentação, estão começando a se destacar na sociedade. Considerando que os filhos em sua maioria, são reflexos das atitudes dos pais, cada um de nós deve redobrar a atenção para reproduzirmos um modelo que valoriza o fácil, o agora, o ter. Esta mudança de geração, que deixou de ser pai e mãe no estilo antigo, mais autoritários e passou a conviver com os filhos se colocando mais como “amigos”, precisa refletir sobre os limites que desta abertura. Sustentar o dia-a-dia do consumo em um conto de fadas, fora de qualquer realidade financeira, é perder qualidade de vida. Afinal, para que serve o status mesmo?
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