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Scot Consultoria

Indianos e produtores de potássio


Terça-feira, 9 de agosto de 2011 - 15h43

Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ-USP 1976. Consultor - Tecfértil - Vinhedo-SP.


A negociação de potássio com a Índia finalmente chegou a um desfecho. Só para relembrar, os contratos de fornecimento para a Índia com os principais produtores de cloreto de potássio se encerraram em março de 2011 e estavam estabelecidos no valor de US$370,00/t CIF. Durante a conferência da IFA em maio, as negociações se intensificaram, mas não chegaram a um acordo, com a Índia insistindo em pagar no máximo US$440,00/t CIF e em caso contrário, não comprariam potássio. Depois disso a China confirmou grandes contratos, baseados no preço de US$470,00 CIF e quando os indianos se viram sem saída tentaram estabelecer o mesmo valor para suas compras. Neste momento, os grandes fornecedores deram o troco, relatando não haver mais potássio para atendê-los diante dos volumes já vendidos para a China e pela forte demanda na América do Sul, em especial para o Brasil. Bem, finalmente saíram os acordos entre os indianos e os principais produtores e, claro, maiores que os acertados com a China, mas bem menores que os preços correntes no momento, sendo: Canpotex: 700 mil toneladas, metade a US$470,00 com entregas até dezembro de 2011 e metade a US$530,00 com entregas de janeiro a março/2012; ICL: 1,0 milhão de toneladas a US$490,00 CIF para o período de agosto-março/2012, com opção de mais 100 mil toneladas; BPC: 1,2 milhão de toneladas a US$490,00 CIF para o período de agosto-março/2012. Deste cenário podemos constatar o seguinte: - 2012 iniciará com preços bem maiores que em 2011; - Os preços negociados ainda são bem menores que os praticados no mercado spot, sem contrato; - O Brasil que compra no mercado internacional quantidades similares à Índia e Estados Unidos e mais que a China, vem pagando preços bem maiores atuando no mercado spot. Esta desvantagem pode ser recuperada em mercados com comportamento de quedas sazonais, mas parece que diante da força dos grandes produtores e a falta de alternativas enfraquece a possibilidade de quedas no curto prazo. Fica aqui uma questão: haverá alguma estratégia para fortalecer as negociações para as importações do Brasil? Nitrogênio Como já indicava a semana anterior, os preços se sustentaram e até refletem um pequeno aumento sob influencia das fortes compras da Índia, em pleno período da sua primeira estação de plantio. Os preços a seguir mostram a variação entre as duas últimas semanas e a indicação dos preços do mercado no início do ano. De certa forma, os preços da ureia subiram mais que dos outros nitrogenados que já haviam iniciado o ano mais caros. No momento estão em um relativo alinhamento de acordo com os nutrientes fornecidos, mas pode-se esperar algum aumento nos preços do nitrato e do sulfato de amônio se os preços da ureia continuarem a se firmar. Fosfatados As indicações de preços mostram uma estabilidade para os preços do MAP e uma ligeira elevação do super triplo, notando-se a diferença com relação ao começo do ano. Também pode ser esperado um pequeno ajuste nos preços do MAP e que até já está sinalizado pela OCP (Marrocos) para valores de US$720,00 CIF Brasil e que deve alinhar os preços aos teores de nutrientes dos produtos fosfatados. Potássio As grandes quantidades de cloreto de potássio já contratadas por dois dos maiores compradores - Índia e China - e a forte antecipação das compras do Brasil deixam os fornecedores tranquilos e mais fortes para as novas negociações. Assim, já sinalizam com aumentos da ordem de US$30,00 a US$40,00 para as compras spot em agosto e que devem atingir, portanto, a casa dos US$590,00 CIF para o Brasil. Na tabela abaixo pode ser percebida a grande diferença de preço de janeiro até o momento. É preciso ficar de olho no desenrolar dos mercados mundiais diante da alteração da classificação de risco dos Estados Unidos e que estão deixando os mercados financeiros agitados e ainda sem rumo, podendo refletir nos mercados futuros de commodities e assim afetar o setor agrícola do Brasil, grande exportador de soja, café, açúcar, laranja, frango e suínos, entre outros produtos.
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