Os fertilizantes também estão globalizados

As previsões de menor safra nos EUA já estão levando os preços a superar os US$14/bu que equivale a superar US$31,00/saco. Pior para os americanos é que as previsões de continuidade das condições secas atuais podem reduzir ainda mais as previsões de perdas da safra, incidindo sobre uma fase crítica de desenvolvimento da cultura. Conforme o último relatório do USDA de 29/08/2011, 93% da maior parte da área plantada com soja encontra-se na fase de formação das vagens (setting pods) e indicam que 57% das lavouras se encontram em situação ótima/excelente, enquanto no ano anterior nesta mesma data o percentual era de 64%. O mesmo quadro é verificado para as lavouras consideradas como muito ruim/ruim que neste ano atingem 15%, contra 12% no ano anterior. Analistas do mercado de futuros (Farmfutures) projetam preços acima de US$15,00/bu e que podem superar US$16,00/bu, pois os modelos de previsão consideram uma baixa relação estoque/consumo para a safra americana e consumo mais elevado que o previsto oficialmente. Ao mesmo tempo, acreditam ser difícil a contribuição da safra sul-americana para amenizar este quadro, pois os argentinos estão mais motivados a plantar milho e trigo e ainda um possível efeito de uma embora fraca La Niña sobre os rendimentos na Argentina e Sul do Brasil. Por aqui, as expectativas são de redução na área plantada no Paraná, com aumento de milho e os aumentos previstos para o centro-oeste são pequenos para fornecer uma perspectiva de uma safra significativamente superior. Isso pode ser uma boa garantia de retorno para os investimentos neste plantio e nesta altura, a principal preocupação dos produtores deve ser de evitar as perdas, pois o potencial de produção já está definido pelas condições das áreas de cultivo e do pacote tecnológico adotado. Daqui pra frente, os cuidados devem ser com as operações de plantio e cuidados fitossanitários durante o desenvolvimento da cultura. Nitrogênio Após atingir os maiores preços dos anos e apontar para uma pequena queda, no momento os preços se encontram em relativa estabilidade, com pequenos ajustes e alinhamento de preços entre os diferentes produtos como pode ser visto nos quadros a seguir. Mas ainda não deve ser esperado um arrefecimento dos preços. Baseado na demanda e dos mercados aquecidos, Farmfuture projeta o preço da ureia na porteira das fazendas em US$657,00 na próxima primavera (abril) contra o valor atual de US$648,00, e que equivalem ao mesmo por aqui. Fosfatados Preços francamente estáveis e sem nenhum fato marcante que possa mudar a direção. Possivelmente somente com o fim da temporada de compras da América do Sul e definição do plantio da segunda estação da Índia é que poderão causar algum efeito na redução da demanda e mexer com o mercado. Conforme as previsões de Farmfuture, após uma leve redução de preços prevista neste período e principalmente em outubro, a demanda deve se aquecer na primavera americana principalmente se os preços de milho aumentarem conforme previsto devido a redução desta safra e diante da expectativa da necessidade de recuperação da produção americana no plantio em 2012. Assim, as previsões para os preços de DAP na porteira atingem US$800,00, contra os atuais US$700,00. Os preços dos outros fosfatados estarão alinhados com esta principal fonte no mundo. Potássio Após um bom período de aumentos, os preços encontram-se estáveis, principalmente porque são significativamente maiores que a média de preços alcançada nas negociações com a China (US$470,00/t) e Índia (~US$490,00). Mas espera-se para o primeiro trimestre de 2012 preços maiores, como já foi sinalizado para estes países de US$530,00. Para os outros, sem contrato, certamente os preços também subirão. Assim como para os nitrogenados e fosfatados, também é esperado um maior preço para o cloreto de potássio, previsto pela Farmfuture na porteira em US$705,00, contra os atuais US$662,00. Por aqui não deve ser diferente. Os fertilizantes também estão globalizados!
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