Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.
Nestes últimos dias o mercado externou seu nervosismo na cotação do dólar. A moeda norte-americana se apresentou como porto seguro para alguns investidores e especuladores que observam a deterioração do ambiente econômico internacional.
As incertezas quanto à recuperação da economia dos Estados Unidos, de alguns países europeus, notadamente da Grécia e ainda dúvidas em relação ao Japão têm tirado o sono de quem opera o mercado, notadamente nos mercados acionários e do câmbio.
Na prática a economia brasileira de hoje tem pouca diferença da economia de algumas semanas atrás. Desta maneira não há nada relevante que justifique e que sustente uma cotação do dólar no patamar atual.
O Brasil mantém reservas cambiais confortáveis chegando a US$333 bilhões; tem recursos represados a título de depósito compulsório na ordem de R$450 bilhões, o que garante a liquidez do sistema financeiro; mesmo tendo reduzido a taxa básica da economia ainda pratica a maior taxa de juros do mundo; tem um mercado aquecido e com uma demanda interna forte; enfim não motivos para que o dólar desgarre tanto.
Além da blindagem descrita, não há o menor interesse por parte da equipe econômica do governo Federal que o dólar suba muito rapidamente. Uma escalada forte do dólar traria a chamada inflação importada, em um momento em que a inflação interna não foi completamente controlada. Elevação lenta e gradativa seria o desejado pelo governo.
Um dólar mais próximo de R$1,80 seria muito útil à geração de superávit comercial com o resto do mundo, contudo, não há motivos técnicos que indiquem tendência de alta da moeda norte-americana, pelo menor até o ano que vem.
Como já colocado é um nervosismo de curto prazo, em que, na dúvida os que operam no mercado optam pela segurança.
Como o mercado está à deriva, não há como fazer apostas do tempo em que esse nervosismo se manterá, resta, portanto, não se precipitar e esperar a tempestade passar.
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