• Domingo, 15 de dezembro de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Mais tecnologia e investimentos na safra 2011/2012. De onde vem o dinheiro?


Sexta-feira, 16 de dezembro de 2011 - 12h53

Zootecnista pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Ilha Solteira. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Jaboticabal. Consultor e analista da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos, insumos, avaliação e perícia. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral. Editor-chefe da Carta Leite, da Carta Grãos e do Relatório do Mercado de Leite, publicações da Scot Consultoria.


Colaboraram: Alcides de Moura Torres Junior, Gustavo Adolpho Maranhão Aguiar e Hyberville Paulo D’Athayde Neto Apesar das incertezas com relação à economia mundial o agricultor brasileiro está animado com a safra de grãos 2011/2012, em pleno plantio no país. As áreas com soja, milho e algodão devem aumentar na comparação com a temporada passada (2010/2011). O motivador são os bons preços das commodities agrícolas em geral. A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) é de incremento na área de milho entre 4,4% e 5,9% frente à temporada passada. O aumento deve ocorrer principalmente na safra de verão ou primeira safra. Para a soja, o crescimento está estimado entre 0,9% e 3,0%. A área com algodão deve aumentar entre 3,5% e 7,7% em 2011/2012. O interessante é que este crescimento se dará não só em área, mas será acompanhado também do maior uso de tecnologia nas lavouras. Credito O agricultor está capitalizado. A safra 2010/11 foi de preços bons e custos menores, mas vamos a alguns indicadores: Primeiro, o mercado de fertilizantes. Os números da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) mostram um volume de 20,5 milhões de toneladas de fertilizantes comercializadas de janeiro a setembro de 2011. Isto é 23,0% mais adubo que no mesmo período de 2010. Se as estimativas se confirmarem, o volume de fertilizantes comercializado este ano deve ficar próximo de 26 milhões de toneladas. Recorde! Outro ponto. Vamos dar uma olhada nas vendas de sementes de milho e soja. Segundo Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), as vendas de sementes de milho e soja cresceram 7,0% em 2011 na comparação com 2010. A procura por variedades de algodão segue em linha com as demandas da safra anterior. Cabe destacar que boa parte deste incremento se deu por sementes certificadas e de melhor qualidade. Isto é reflexo da melhoria de renda dos produtores que, além de uma área de cultivo maior, também apostam em ganhos expressivos por hectare. Crédito para o financiamento da safra O Governo Federal disponibilizou, através do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2011/2012, R$107,2 bilhões para o financiamento da produção agropecuária na atual temporada. O valor é 7,2% maior que o disponibilizado na temporada 2010/2011. O dinheiro pode ser contratado de julho de 2011 a junho de 2012. Do disponível para a safra atual, R$80,2 bilhões são para custeio e comercialização dos quais R$64,1 bilhões são ofertados a juros controlados, ou seja, com taxa fixa de 6,75% ao ano. O aporte maior nesta temporada aconteceu em função do crescimento da safra brasileira e também da expectativa de um custo maior de produção. Por exemplo, os preços dos fertilizantes e corretivos subiram. Veja na tabela 2 a variação dos preços. Contratação do crédito rural A aplicação do crédito rural destinado ao Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), teve a maior taxa de crescimento entre as linhas de crédito do Plano Agrícola. Nos meses de julho e agosto de 2011 (últimos dados oficiais) o crédito para o programa cresceu 74,8% em relação ao mesmo período de 2010, chegando a R$84 milhões. No mesmo período da safra passada foram liberados R$48 milhões. Os recursos destinados ao custeio e à comercialização com taxas de juros controladas também tiveram crescimento significativo nos dois primeiro meses de vigência do Plano Agrícola. Chegou a R$12,3 bilhões, o que representa um crescimento de 5,2% em relação ao mesmo período de 2010. Em relação ao total dos recursos aplicados nos dois primeiros meses do PAP 2011/2012, quando se considera apenas os financiamentos destinados aos produtores rurais e cooperativas, houve um crescimento de 8,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A movimentação para a contratação do crédito rural nesta safra está maior. Final Os números deixam claro o maior investimento na agricultura em 2011/2012 e a busca de melhorias na produtividade para otimização dos resultados. Isto significa mais dinheiro investido na atividade. O retorno vem através da maior produtividade. Cabe destacar que apesar da expectativa de bons preços para os grãos em 2011/2012, com certeza será uma safra de custos maiores. Neste caso, o ganho em escala pode ser a diferença entre o resultado positivo ou negativo.
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja