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Scot Consultoria

A incipiente agricultura amapaense agora tem boas perspectivas


Segunda-feira, 26 de dezembro de 2011 - 16h12

Engenheiro agrônomo formado pela Esalq – USP e consultor agropecuário.


Existem no máximo 30 propriedades produzindo soja, milho, feijão-caupi e arroz no Amapá. A produção atende uma parcela do mercado local, e também é comercializada ensacada, por balsa, para Belém do Pará. Ou seja, baixa produção e alto custo logístico. As terras do Amapá são ácidas e inadequadas para a lavoura, caso não haja manejos de correção e adubação. Análise de solo abaixo, em área de cerrado a 18 metros de altitude, mostram verdadeiros sumos de laranja. Apesar dos entraves as lavouras de milho, feijão, soja e arroz passaram a fazer parte da paisagem. Hoje quem sai da capital pela BR-156 e olha para as margens da estrada na altura do km 23 verifica um cenário diferente do que observado há 10 anos. Estes agricultores produzem em sacas /ha até: 50 de soja; 45 de arroz; 80 de milho, 25 de feijão-caupi e 66 de sorgo. É bem verdade que as sementes de soja, por exemplo, são produzidas em contêineres climatizados e que os custos de calagem são da ordem de R$750,00/ha. São verdadeiros heróis. Hoje o produtor de meio do mundo se enche de esperança com as novas perspectivas para agricultura local. A Embrapa recomenda sistemas agrossilvipastoris com a utilização de duas espécies de arbóreas, braquiárias e arroz, soja ou milho. Mas os pioneiros, ou mesmo os experientes sojicultores do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ainda não aderiram, pois necessitam de linhas de crédito para investir em tecnologia e tais só são liberadas com a titularidade do imóvel. Documento difícil de conseguir conforme relatamos no o último artigo: http://www.scotconsultoria.com.br/articulistas.asp?idN=8638 . Sabe-se ainda que a infraestrutura portuária e de silos para armazenagem vem recebendo novos investimentos, com o governo do Amapá buscando parcerias socioeconômicas com o médio norte do Mato Grosso. A modesta capacidade de exportação do Porto de Santana (antigo Porto de Macapá), às margens do rio Amazonas ficou em evidência devido à presença do governador do Estado no XI Seminário Nacional de Milho Safrinha, realizada em Lucas do Rio Verde-MT, no evento o governador apresentou propostas para parcerias no escoamento agrícola da região, via o Amapá. Localizado às margens do rio Amazonas‚ o porto tem área de influência em toda a bacia amazônica‚ tem um cais com 200 metros de extensão‚ profundidade de 12 metros e um berço próprio para navios tipo Panamax e outro com 150 metros de extensão‚ 11 metros de profundidade‚ e um berço que atende às navegações de longo curso e de cabotagem. A estrutura tem ainda armazém de 2.800m² para carga geral e galpão de 1.500m². Tomara que não seja apenas conto de papai Noel e que realmente o governo conclua os projetos logísticos que tornarão a agricultura amapaense competitiva.
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