O comércio exterior brasileiro registrou recordes em 2011.
A receita com as exportações de janeiro a novembro do ano passado foi de US$233,9 bilhões, alta de 29,4% em relação ao mesmo período de 2010, quando atingiu US$180,9 bilhões. Observe a figura 1.
Este crescimento mostra a solidez brasileira no comércio internacional.
O que fatura mais?
De janeiro a novembro de 2011, o produto que mais gerou receita foi o minério de ferro e seus concentrados.
Os embarques do produto no período, US$38,1 bilhões, representaram 16,3% de todo o faturamento do país.
A receita gerada foi 50,3% superior, frente ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em 2011 a Produção Mineral Brasileira (PMB) está estimada em US$50,0 bilhões.
Caso isto se confirme, a alta será de 28% frente ao valor em 2010.
Nos últimos dez anos o PMB brasileiro acumula crescimento de 550%, saindo de US$7,7 bilhões para US$50,0 bilhões.
A segunda maior participação nas exportações é a dos óleos brutos de petróleo.
Estes que ainda passarão por vários processos físico-químicos até se tornarem gasolina, diesel, lubrificantes, nafta (petroquímica) e querosene de aviação.
O faturamento com os embarques do produto entre janeiro e novembro de 2011, de US$19,0 bilhões, foi 43,0% superior, ante os US$13,3 bilhões dos onze primeiros meses de 2010.
Em 2011, a receita com óleos brutos de petróleo compôs 8,1% do faturamento das exportações até novembro.
Não é a toa que as duas grandes empresas de cada um destes setores detêm as maiores receitas. Figura 2.
Na sequência estão os embarques de soja grão triturada. Os US$15,6 bilhões gerados representaram 6,6% do faturamento no período.
Em relação ao mesmo período de 2010, o valor obtido com as exportações do produto no ano passado foi 43,4% maior.
Nesta última safra, o clima foi crucial para a boa produção, exceto no Mato Grosso do Sul, onde o excesso de chuvas causou perdas.
Atualmente, a demanda aquecida pelo grão dá condições para os preços se manterem firmes.
Com 4,5% da receita das exportações nos primeiros onze meses de 2011, o açúcar bruto fica na quarta posição.
Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar do mundo.
Além de responsável por aproximadamente 20% da produção mundial e 40% das exportações totais, abastece mais de 100 países.
De janeiro a novembro de 2011 o faturamento foi de US$10,6 bilhões, US$2,1 bilhões a mais, em relação ao mesmo período de 2010.
Em quinto lugar está o tradicional café brasileiro.
O café em grão gerou US$7,2 bilhões nos onze primeiros meses de 2011, salto de 59,4% comparado a 2010.
Porém, segundo superintendente comercial da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do país, as exportações devem cair no início de 2012.
"Muitos embarques foram antecipados devido à forte demanda, mas a oferta é apertada. Vamos ter um cenário de escassez sem precedentes", diz.
Potencial de um gigante
Cabe ainda destacar que as exportações dos produtos ligados à construção civil, como minério de ferro, produtos semimanufaturados de aço e maquinários para perfurações e terraplanagem, tiveram os maiores crescimentos em receita na comparação com o ano anterior.
O que evidencia os benefícios para o Brasil com o processo de urbanização e o crescimento das economias emergentes dos últimos anos.
O peso do agro brasileiro no comércio exterior também é importantíssimo.
Dos onze produtos exportados com o maior faturamento em 2011, seis são provenientes da produção agropecuária. Tabela 1.
Com todas as previsões turvas ligadas à economia global, ao menos um fator está bem definido, a oferta enxuta de produtos agrícolas.
Visto isto, principalmente, se o clima e as taxas de câmbio colaborarem, o Brasil pode ganhar ainda mais força no mercado externo.
Uma estrutura sólida após os períodos de turbulências na economia mundial seria apenas o catalisador deste processo.
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