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Scot Consultoria

Duas opções para alta remuneração em silvicultura no Amapá


Quarta-feira, 11 de janeiro de 2012 - 10h05

Engenheiro agrônomo formado pela Esalq – USP e consultor agropecuário.


Para entendermos a evolução da silvicultura no estado do Amapá é preciso saber a história da Amcel (Amapá Florestal e Celulose S.A.), empresa japonesa pioneira na região. Em 1996, a Amcel, produtora e exportadora de cavacos de madeira, passou a fazer parte dos negócios da Champion e, em 2000, da International Paper do Brasil S.A., que responde pelo gerenciamento e controle da conversão e comercialização de cavacos de madeira e biomassa. As exportações da Amcel tiveram início em 1993, com cavacos de pinus. Atualmente, a produção anual da fábrica de Santana/AP, equivalente a mais de um milhão de toneladas, é destinada aos EUA, Japão e Europa. A fábrica produz cavacos de eucalipto e pinus para fabricação de celulose, chapas e biomassa. Nos últimos meses foi investido muito tempo em estudos e análises sobre opções de criação de valor para o negócio e para os acionistas. Como fruto desse trabalho pode-se dizer que hoje a companhia possui conhecimento sobre quais opções e caminho tem a percorrer, ainda que nada tenha sido definido até o momento. Os parágrafos acima, extraídos do site institucional da International Paper, relatam a situação da empresa: ausência de um norte. A Amcel possui áreas nobres no estado. São mais de 300 mil ha de terras com grande aptidão agrícola, pois foram feitos investimentos em correção e adubação de solo e, destes, 110 mil ha são plantados com eucalipto e pinus. Vultosas linhas de crédito foram cedidas à empresa conforme mostra o outdoor da figura 1. Porém, a mesma se encontra num dilema: montar uma fábrica de papel e celulose ou pensar num plano B, para poder ter apoio do governo. Isto acontece porque o cavaco tem pouco valor agregado, resultando em baixos tributos. Sabe-se também que a empresa enfrenta problemas com grileiros que não respeitam sequer marcos do georreferenciamento. O plano B, entre 2010/2011, foi a tentativa de venda da companhia ao milionário Eike Batista, que já tem investimentos no estado. Seria um excelente negócio tal aquisição, pois as terras poderiam ser revendidas por até quatro vezes o valor de compra. A Amcel possui boa parte das suas terras tituladas com solos corrigidos e de ótima logística; assim, no caso de venda para terceiros, os valores bateriam os recordes do estado. Porém, os produtores donos de terras no estado estão à mercê da decisão da empresa em continuar investindo ou não, seja plantando em áreas próprias ou arrendando fazendas. Ocorre que, para esta última alternativa, as áreas, terceirizadas, devem ser tituladas. Enfim, como a detentora do mercado de pinus e eucalipto ainda não sabe que rumo tomar, os fazendeiros não podem investir nesse setor e nem tão pouco aguardar a resolução. Mas, então, como ganhar dinheiro com silvicultura na região? Opção 1: Projeto de exploração florestal * * Apenas para áreas tituladas Não tenho expertise no assunto e, portanto, vou relatar as propostas técnicas comerciais recebidas para as áreas das figuras 3 e 4, em dezembro/11. Empresas que exploram madeira no Estado solicitam toda a documentação da área em questão; em seguida, elaboram e protocolam um inventário florestal e plano de manejo junto ao setor de licenciamento no Instituto do Meio Ambiente do Estado do Amapá (IMAP). Com a liberação, que pode levar de 3 a 6 meses, inicia-se o corte das árvores nativas. Numa mata como a mostrada na Foto 3, por exemplo, estima-se um volume de 2.000 m3 de madeira de cerrado em 100 hectares, que, a preços de hoje (R$35,00/m3) daria uma receita de R$70.000,00 (R$700,00/ha). Opção 2: Crédito de reposição florestal ** ** Áreas não tituladas são aceitas, mas são necessários documentos estaduais como o Termo de Certidão de Posse. Neste caso o proprietário entra com o plantio das espécies arbóreas, podendo ser uma ou duas. No segundo caso, uma opção seria: Shizolobium amazonicum (paricá) e Tectona grandis (teca), por exemplo. O investimento é da ordem de R$6,5 mil/ha (50% no ano 1 e os 50% restantes nos três anos seguintes). Após as mudas plantadas a empresa contratante do crédito faz uma vistoria e, constatando o plantio com as mudas sadias, faz o pagamento. Duas espécies podem produzir até R$400m3/ha de madeira de lei a R$25,00/m3 gerando um lucro bruto, no primeiro ano, de R$10 mil/ha. Essas são as opções da exploração da silvicultura no Amapá.
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