Atenção deve ser dada para as previsões de safra. O clima desfavorável na região sul aponta para reduções significativas nas previsões de colheita de soja e milho.
As condições mais severas são encontradas no Rio Grande do Sul e as previsões da Emater-RS indicam uma perda de 1,33 milhões de toneladas de milho, redução de 25%. Para a soja, cujo plantio é mais tardio, as perdas ainda são pequenas, atingindo 4% de redução na quantidade prevista, equivalente a 421 mil toneladas.
No Paraná as condições mostram-se também desfavoráveis, com o aumento da área considerada em condições ruins, chegando a 8% para a soja e 10% para o milho. Com isso, também temos a diminuição na área considerada boa, de 68% para a soja e 63% para o milho.
Comparativamente, nesta mesma época do ano anterior, os percentuais de lavouras consideradas boas eram de 93% da soja e 94% para o milho. As condições climáticas da última semana podem contribuir para quebrar esta tendência de perdas no Paraná.
A boa notícia é que os produtores do Mato Grosso desfrutam até o momento de boas condições para a soja. Embora em ritmo lento, a colheita iniciou em Sapezal e agora também em Lucas do Rio Verde.
Diante das perspectivas de perda no sul e na Argentina, os preços demonstraram uma reação, mantendo-se acima dos preços de dezembro e prometem uma boa remuneração aos produtores do MT.
Assim também se inicia o plantio do milho-safrinha, mantendo os preços diante das quebras no sul. Entretanto, as duas coisas não se sobrepõem exatamente: a perda de produção de milho no sul não é facilmente reposta pela produção no Centro-Oeste, mas o sentimento da perda de milho certamente ajuda a manter os preços em alta. O balanço de oferta e demanda de milho elaborado pela Conab (quadro a seguir) indica que mesmo havendo uma quebra na produção, o grão ainda dependerá de um bom volume de exportações para manter a liquidez.
Em 2011 essa situação foi favorecida pela menor produção do grão nos Estados Unidos, facilitando as exportações brasileiras. Para a próxima safra esta situação ainda está indefinida, sendo apenas evidente que os americanos irão plantar muito milho, com expectativas iniciais de produção 14% maior que no ano de 2011 e retomar uma posição significativa no mercado mundial com previsão de exportações igual à quase toda a safra brasileira: 56 milhões de t.
Portanto, não coloquem todas as suas fichas no cavalo favorito. O exemplo do que tem sido feito por muitos produtores, a utilização de ferramentas de proteção de preços é uma boa alternativa e a venda antecipada da safra poderá ser feita por preços remuneradores.
Nitrogênio
Incêndio controlado!
Após uma forte queda nos preços dos nitrogenados no mercado internacional em dezembro, os preços se recuperaram rapidamente.
De certa forma até poderia ser esperado uma reversão desta baixa ainda no primeiro trimestre, mas a alteração na direção dos preços foi mais rápida. Neste momento os valores estão alinhados ou menores que os preços de Janeiro de 2011 e por isso ainda se mostram atraentes.
Fosfatados
Após indicações de quedas em alguns mercados como nos EUA, as empresas produtoras se mobilizaram para evitar a continuidade de queda. Anúncios de corte de produção, primeiro pela Mosaic, sendo seguida pela Phosagro e agora pela OCP mostraram a disposição dos produtores em segurar os preços elevados.
Apesar disto, o momento parece propício para as compras de MAP com ofertas da Uralchem na faixa de US$550,00 CFR para o Brasil.
Potássio
O potássio segue mantendo seus preços no mercado internacional. O grande embate do início do ano voltará a ser a Índia que insistirá em redução de preços que consideram muito elevado para os agricultores indianos diante da desvalorização da moeda local e do menor subsídio recebido comparado com a ureia.
Diante da retração do mercado as empresas efetuaram a paralização na produção em algumas unidades para ajustar a oferta com a demanda.
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