Representantes dos governadores de estados da Amazônia se reuniram ontem em Belém para elaborar a "Carta da Amazônia", um documento conjunto que reunirá as demandas da região à Rio+20. Pará, Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso e um representante do governo federal se fizeram presentes.
O objetivo dos governadores é constituir uma voz única, que dará maior ressonância às necessidades da região. A Carta é “um documento sobre e para a Amazônia, feito por quem vive a Amazônia”, ressaltou o governador do Pará, Simão Jatene, idealizador do encontro. O documento, segundo ele, pretende apresentar ao mundo as ações implantadas pelos governos, para que sejam ampliadas, além das demandas regionais.
Durante o encontro, Simão Jatene lembrou que a Amazônia, que era um dos principais emissores de gás carbônico do mundo, diminuiu drasticamente estes índices, superando a meta estipulada pelo Protocolo de Kioto, o qual determinava a redução de um ponto de gigatons de toneladas de carbono lançadas na atmosfera. “A Amazônia liberava 1.2 gigatons de CO2 anualmente. A última medição indicou que estamos liberando 0.4, uma diferença de 2.2 pontos, graças às iniciativas dos governos locais, sem qualquer compensação econômica que garanta a continuidade das ações ambientais”, frisou o governador paraense.
As compensações financeiras de ações relacionadas à preservação do meio ambiente serão o espírito da "Carta da Amazônia". Os governadores ensaiam usar a carta para esbofetear o ambientalismo internacional que tem exigido a preservação da Amazônia sob os escombros da população amazônica. “São 25 milhões de pessoas que vivem na Amazônia e precisam produzir e consumir. A floresta como ativo é muito importante, mas não podemos ignorar as necessidades de comunidades que vivem e exploram esta floresta. O modelo sustentável é viável e o mais indicado, mas é necessário que haja pacotes políticos para minorar as perdas e os custos deste modelo”, afirmou Omar Aziz, governador do Amazonas.
Camilo Capiberibe, governador do Amapá, que se colocou do lado das ONGs contra a reforma do Código Florestal queixou-se do excesso de Unidades de Conservação no seu estado. O Amapá possui 73% do seu território compostos por áreas de conservação ambiental. “Em 2002 foi criada uma reserva que corresponde a 30% do estado do Amapá. Alguns municípios da área rural possuem até 90% de seus territórios dentro da reserva, e não podemos mais usufruir dessas áreas. O governo federal se comprometeu em pagar compensações, e até hoje nada”, contou ele.
A Carta da Amazônia pretende ser um instrumento de gestão e governança que, segundo Simão Jatene, “nos possibilitará desenvolver e preservar na Amazônia a partir de experiências e ideias nossas. Ideias baseadas na sustentabilidade. É preciso preservar, mas é necessário desenvolver, e é fundamental que encontremos este meio termo”. A depender das ONGs e ambientalismo fundamentalista só é preciso preservar a Amazônia. Desenvolver, jamais.
Em tempo, quem me conhece e acompanha esta coluna sabe que eu denuncio essa estratégia canalha do marinismo para a preservação da Amazônia há anos.
O discurso deste mísero missivista chegou finalmente às esferas oficiais e será levado pelos governadores da Amazônia à Rio+20. É o início do fim desse “onguismo” safado, desumano, irresponsável, fundamentalista, safado que possuiu o ambientalismo no Brasil.