O agronegócio brasileiro representa 37% dos empregos, 34% do PIB e 43% das exportações brasileiras. Além de já ser o maior negócio brasileiro, ainda possui potencial para crescer, ocupando espaço no mercado internacional nas diferentes commodities.
O BRASIL
O Brasil já é o primeiro país exportador em oito commodities. Possui potencial de crescimento competitivamente em produtividade, custos, escala de produção e qualidade. No entanto, é necessário que o poder público faça a sua parte, relativamente no que diz respeito às políticas públicas, e que os produtores se preocupem com a gestão do seu negócio, enxergando e agindo sobre os gargalos em sua atividade com muito profissionalismo, preocupando-se com a harmonia dos diferentes elos das cadeias produtivas nas quais estão inseridos.
O Brasil possui mais de cem milhões de hectares de terras agricultáveis a serem agregados aos atuais 60 milhões de hectares. Possui tecnologias de produção, diversidade climática, recursos humanos qualificados, potencial de bioenergia e competitividade para produzir a baixos custos, alta produtividade e com qualidade.
FERRAMENTAS DA PRODUÇÃO
A pesquisa de tecnologias de produção e a assistência técnica ao produtor, que agrega valor ao produto e à produção, voltadas para as exigências de mercado (cliente), são indiscutivelmente os fatores que fazem a diferença no sucesso do negócio.
A pesquisa agropecuária pública e privada, juntamente com o crédito rural e a assistência técnica, explica em grande parte o sucesso das commodities do agronegócio brasileiro no mercado internacional.
Estas ferramentas da produção devem ser intensificadas, porque o Brasil tem vantagens competitivas e comparativas em relação aos demais países e precisa crescer no mercado internacional e nacional.
SECA NO RS
O Rio Grande do Sul já viveu muitas estiagens e situações de déficit hídrico. Segundo contam as pessoas mais velhas, a pior seca foi a de 1943, e, segundo os dados da pesquisa meteorológica, nos últimos dez anos ocorreram sete anos com média de chuvas inferiores às médias históricas.
Ainda no ano passado, nesta mesma época, passamos uma estiagem cujos efeitos negativos ainda se fazem sentir este ano. No corrente ano, a situação financeira decorrente da seca se refletirá nas economias dos municípios e no comércio das cidades do Rio Grande do Sul, afetando empregos e renda.
É lamentável que o cultivo da lavoura desta safra tenha sido o de maior nível de uso de tecnologia de produção e, ao mesmo tempo, tenha sido frustrado em função da seca.
Diante disso, cabem algumas reflexões, tais como: se tivéssemos irrigação e/ou crédito rural acessível e factível para irrigação, qual seria a produção? Se estudássemos as precipitações históricas, quais culturas e em que época plantaríamos nossa lavoura? Quais são os riscos dos diferentes negócios agrícolas (lavouras e pecuária) que podemos realizar na nossa propriedade? Será que a pequena propriedade (UP) deve produzir soja, milho, trigo para o mercado ou deve produzir produtos que sejam transformados na Unidade Produtora visando agregar valor? Será que o governo vai ajudar os produtores como tem socorrido os bancos (PROER), as micro e pequenas empresas, e os estudantes? Quais preços o mercado está e estará disposto a pagar pelas commodities? O nosso custo de produção é competitivo no mercado onde escoamos nossos produtos? Qual é a segurança de preço e produção que teremos nos próximos cultivos e/ou anos? Como estão os estoques mundiais dos diferentes produtos agrícolas? Quais as intempéries (geada, granizo, chuvas, etc) a que estamos sujeitos em nossa atividade?
Esses questionamentos nos levam a realizar um planejamento a longo prazo, e nos levam a uma tomada de decisão mais acertada para a gestão do nosso negócio.
É PRECISO TOMAR DECISÕES
Lembro-me que, há alguns anos, realizamos uma pesquisa no âmbito do produtor, fazendo silagem de soja, o que deu excelentes resultados; essa tecnologia da ensilagem ficou adormecida na prateleira e agora aparece como uma grande solução, em especial para o produtor que possui leite e soja. Estamos orientando os produtores de leite para que transformem a soja em silagem, para que, com isso, eles possam transformar a soja em leite e obter o equivalente em remuneração a 30 a 40 sacos por hectare.
A velocidade dos negócios cada vez é mais rápida, e isso significa que os produtores também precisam tomar decisões mais rápidas. Neste momento, por exemplo, é mais negócio transformar a soja em silagem, duplicando os seus resultados através da produção de leite, e ainda possibilitando não prejudicar totalmente as curvas de lactação, produção atual e futura das vacas, bem como a reprodução para a entressafra do próximo ano.
Além disso, cabe imediatamente cultivar as forrageiras de inverno (aveia, azevém, ervilhaca, milho verde, etc) para que, logo em seguida, quando acabar a silagem, o produtor tenha alimento de alta qualidade e na quantidade necessária.
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