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Scot Consultoria

Aproveitando machos em fazendas leiteiras


Quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007 - 16h47

Engenheiro Agrônomo


A escolha das raças em fazendas leiteiras é sempre um tema apaixonante. Muitas vezes, a razão é colocada de lado nestas discussões, em que os interlocutores invocam dogmas, paixões e até mesmo ofensas. Existem raças especializadas para produção leiteira, com potencial de lactação superior. É o caso da raça holandesa. Existem outras raças que apesar de aptas à atividade leiteira, produzem menos em relação às holandesas. Porém, essas outras raças apresentam vantagens em relação ao gado holandês. Podem ser mais resistentes, a exigência de mantença ser menor e ter leite com maior teor de gordura ou proteína, por exemplo. Diversos fatores, que podem tornar determinado pacote genético interessante a um sistema de produção. No Brasil, a raça mais adotada é a girolanda, cuja qualidade para produção de leite aumenta ano a ano. Mas, não é nosso objetivo listar raças, mas analisar alguns critérios de escolha. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO A opção por determinada raça envolve parâmetros técnicos. O produtor deve ter em mente que o animal se relacionará com o sistema de produção. Por isso não existe a melhor raça, existe a que mais se adapta a cada sistema de produção. Sendo assim, o critério de seleção envolve o tipo de alimento disponível, a forma com que o alimento será consumido, a região, a infra-estrutura da propriedade, os critérios de pagamento do leite na região, a qualidade da mão-de-obra, etc. São vários os fatores. Segundo estudos da Scot Consultoria, o interessante é que todos os sistemas de produção tenham por objetivo, o máximo de leite produzido por hectare. Assim a situação econômica tende sempre para melhor. Dentre os critérios de seleção da raça ou cruzamento que será adotado, existe um que não pode deixar de ser analisado. É o de escolher uma raça visando o aproveitamento do bezerro. Criar o bezerro é mais caro do que se dedicar à produção de leite. Para ilustrar o raciocínio, simulamos uma situação em que uma vaca tem seu bezerro criado até a desmama e outra vaca é dedicada apenas à produção de leite. Os machos, nestes casos, são descartados, vendidos ou abatidos assim que nascem. Consideramos uma perda média de 5 litros de leite por dia na lactação para duas vacas. Sabe-se que animais com dupla aptidão têm a produção de leite reduzida, quando comparada aos animais aptos exclusivamente para leite. Ainda assim, essa diferença considerada entre as produções foi bem conservadora. A vaca apta à produção leiteira produziu em média 15 litros de leite/dia, enquanto que a dedicada à cria do bezerro produziu 10 litros de leite por dia. Geralmente a perda é maior. Considerou-se o consumo do bezerro em 275 litros de leite do nascimento até a desmama, também um volume bem modesto. Outros custos como, mão-de-obra, pasto, medicamentos veterinários, rateio no índice de mortalidade, etc. somaram R$72,00 por bezerro. O valor foi extraído de orçamentos de fazendas analisadas pela Scot Consultoria. Também se trata de um custo baixo quando tudo que se gasta é apropriado corretamente ao bezerro. A vaca dedicada à produção de leite também tem um acréscimo no custo variável de produção, que é o da alimentação. Por isso somamos um consumo de ração concentrada na proporção de 1 kg para cada 2,5 litros de leite produzido. Os custos com medicamentos veterinários, estrutura, mão de obra, ordenha, etc. permanecem o mesmo, independente do volume de produção. Enfim, comparou-se economicamente ambas as situações, que estão apresentadas na tabela 1. Quando o produtor se dedica apenas à produção leiteira, o faturamento com a maior produção de leite aumenta 3,68 vezes comparado com a criação do bezerro. Em outras palavras, a vaca precisaria produzir 4 bezerros por ano para compensar essa diferença. O preço do bezerro, deve-se ressaltar, está sobre-valorizado no exemplo analisado, enquanto o leite está nos valores médios atuais. No exemplo, com a diferença de 5 litros dia por vaca, e considerando um rebanho de 50 vacas, o produtor pode deixar de ganhar até R$850,00 por mês se optar por criar o bezerro macho. Neste rebanho de 50 cabeças consideramos que 50% das vacas produzem bezerros machos. Portanto, são números e cenários para se refletir. Evidentemente, caso o potencial de produção de leite não se altere quando se criam os bezerros, a prática fica mais atraente. No entanto, pelo raciocínio apresentado na tabela 1, até mesmo uma diferença de 0,5 litro de leite por dia não favorece a criação de bezerros e indica que o foco deve ser a produção leiteira. Isso sem contar diversas outras variáveis envolvidas. Evidentemente há casos em que o produtor de leite não pode deixar definitivamente a criação de bezerros, pois traria prejuízo para seu sistema de produção. Nestes casos é preciso pensar nos números e planejar mudanças para o futuro. Essa análise vale especialmente para quem pensa em substituir animais de aptidão leiteira por raças, ou cruzamentos, para aproveitamento dos bezerros. É o caso dos cruzamentos de vacas leiteiras com touros nelore feitos entre 2000 e 2001, especialmente em Minas Gerais e Goiás. É o caso de se pensar e analisar.
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