Os produtores de leite querem que o governo investigue o expressivo crescimento das importaes de lcteos em janeiro deste ano, pois suspeita de triangulao nas vendas por pases vizinhos. A proposta foi apresentada hoje ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, pelo presidente da cmara setorial do leite, Rodrigo Alvim.
O ministro se reuniu pela manh com dirigentes das 27 cmaras setoriais e sete temticas vinculadas Pasta. As cmaras so fruns consultivos, com participao de representantes dos setores pblico e privado. Segundo Alvim, as importaes de lcteos dispararam no ms passado e atingiram o equivalente a 200 milhes de litros de leite. Ele comenta que somente as importaes de leite em p do Uruguai somaram 6.280 quilos, volume 67% acima das 3.750 importadas em janeiro do ano passado.
O total de importao de leite em p somou 11.100 quilos e de queijos, 4.000 quilos. Alvim suspeita que outros pases estejam utilizando o Uruguai como escala para entrar no mercado brasileiro, aproveitando-se da tarifa zero no comrcio dentro do Mercosul. uma concorrncia predatria, que desestrutura a produo nacional, argumenta o dirigente.
Ele afirmou que o crescimento expressivo na importao ainda no teve presso sobre os preos internos por causa da reduo da captao de leite, provocada pela estiagem no Rio Grande do Sul e excesso de chuvas em Minas Gerais. Tanto os produtores de leite como os criadores de gado de corte pedem uma reformulao no programa de combate a brucelose e tuberculose.
Na opinio de Antenor Nogueira, presidente da cmara setorial de carne bovina, nos moldes atuais o programa no funciona pois a adeso voluntria e no existe um fundo para indenizar os produtores no caso de sacrifcio dos animais. Os pecuaristas tambm pedem a iseno de Pis/Cofins na aquisio da rao e do sal mineral.
Outra reivindicao o fim da taxao na exportao de couro, que representa uma transferncia de renda para a indstria, diz Nogueira. Cmaras A reunio promovida hoje por Mendes Ribeiro contou com a participao de aproximadamente 70 lideranas do agronegcio, que apresentaram as principais prioridades dos diversos segmentos. Um ponto em comum o impasse na liberao de defensivos agrcolas, que esbarra nos procedimentos da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa).
Os produtores de gros e de hortalias cobram maior agilidade do governo na liberao dos pedidos feitos pela indstria. Eles sugerem que os registros sejam feitos por molcula e no por marca de determinado produto, a fim de simplificar o processo. Outro ponto destacado durante o encontro a necessidade de o governo implantar a subveno das operaes de opes nas bolsas de futuros.
Rui Prado, presidente da cmara setorial de oleaginosas, argumenta que a subveno deve ser lanada na safra atual, para testar o mecanismo, pois como os preos esto remuneradores no haver grande demanda. Ivan Wedekin, da cmara temtica de seguro rural, diz que hoje existe um cultura que possibilita o lanamento do mecanismo, pois os produtores esto familiarizados com as opes dos leiles promovidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Um ponto comum s diversas cmaras e recorrente nas discusses do agronegcio a questo da logstica. Rui Prado, que preside a Federao de Agricultura e Pecuria de Mato Grosso (Famato), apresentou concluses de um estudo que mostra que os investimentos nos atuais projetos de logstica previstos para a regio Centro-Oeste representam uma reduo de R$ 2,5 bilhes nos gastos dos produtores com o transporte de cargas.
Fonte:
Agncia Estado. 8 de fevereiro de 2012, quarta-feira.
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