Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ-USP 1976. Consultor - Tecfértil - Vinhedo-SP.
Esta semana a Vale efetuou a assinatura de acordo com a Petrobrás para a exploração mineral de potássio em Sergipe a partir da carnalita por um período de 30 anos. O projeto inicial da exploração prevê a produção de 1,2 milhões de toneladas anuais de cloreto de potássio a partir de 2015. A carnalita é um minério composto por cloreto de potássio e de magnésio e a exploração usará a tecnologia de dissolução dos sais e bombeamento da salmoura para a superfície onde será tratada para a separação dos sais.
Esta produção será adicionada a produção atual de um pouco mais de 600 mil toneladas obtida pela Vale em outra jazida, também em Sergipe e próxima a esta nova exploração, onde ocorre por sistema de lavra subterrânea na mina Taquari-Vassouras a partir da silvinita, um minério composto por cloreto de potássio e cloreto de sódio. Entretanto, as condições de operação para esta mina encontram-se na fase final, sendo previsto o seu término em 2017.
Com isso, por apenas 2 ou 3 anos as produções das duas minas serão somadas e com o final da exploração de Taquari-Vassouras a produção ficará limitada ao potencial de produção na nova mina a partir da carnalita. A expectativa é que o detalhamento dos projetos e novos entendimentos com a Petrobrás permitam uma ampliação da produção a partir da carnalita para 2,4 milhões de toneladas e a renovação para a exploração de Taquari-Vassouras permitam a realização de novos investimentos para a continuidade da produção neste local.
Vale reavalia projeto na Argentina
Diante de inúmeras incertezas que colocam em risco a viabilidade do projeto da Vale de produzir
cloreto de potássio na Argentina, no projeto Rio Colorado, a empresa decidiu revisar o projeto, onde já investiu US$1,1 bilhão de um total previsto de US$5,9 bilhões. As preocupações se estendem desde incertezas políticas até temores com relação a impostos, inflação, infraestrutura, câmbio, tributação e ficaram mais evidentes após o governo argentino expropriar a YPF, petrolífera controlada pela espanhola Repsol. O projeto Rio Colorado, localizado na província de Mendonza, prevê atingir a produção de 4,3 milhões de toneladas anuais de potássio e possibilitaria condições estratégicas para o abastecimento do mercado brasileiro.
Brasil importa muito potássio
Embora não seja o maior consumidor de potássio no mundo, perdendo para a China e Estados Unidos, o Brasil é o maior importador mundial, produzindo menos de 10% do seu consumo e sem ter participação em empresas internacionais de produção do fertilizante. Em 2011 o consumo de cloreto de potássio atingiu o volume recorde de 7,63 milhões de toneladas e as importações atingiram 7,46 milhões de toneladas enquanto a produção nacional foi de 620 mil toneladas.
Outros projetos
A ocorrência de potássio no Brasil é escassa e embora seja indicada a existência de grandes jazidas em Nova Olinda na Amazônia, a exploração ainda necessita equacionar a viabilidade técnica e ambiental.
Outra possibilidade corresponde aos recursos da Rio Verde Minerals também em Sergipe no município de São Cristóvão na forma de silvinita e carnalita e que podem ser classificados como um depósito de classe mundial e esperamos que até o final deste ano esteja melhor definido o projeto para a sua exploração.
Também tem sido relatado pela empresa Cerrado Verde Potássio a viabilidade de produção de cloreto de potássio a partir de um mineral insolúvel a glauconita, também conhecida como verdete. A empresa avalia iniciar a produção em 2015 com capacidade de 600 mil toneladas anuais podendo atingir 3,0 milhões de toneladas em 2024.
Nitrogênio
Após subir com muita rapidez, os preços internacionais dão sinais de terem atingido o teto. Nos principais polos produtores os preços se mostraram iguais aos da semana anterior e poucas variações ocorrem em função da acomodação dos fornecedores neste patamar de preços.
Enquanto isso os americanos pagam um dos maiores preços para adquirir ureia, ultrapassando US$800,00 em alguns locais graças a elevada demanda ocasionada pelo plantio recorde de milho.
As expectativas agora são para a queda de preços a partir de julho ou agosto com a redução da demanda americana e após as compras que a Índia deve efetuar. Portanto, só deve comprar nitrogenado agora quem realmente precisa para o uso imediato.
Fosfatados
Na sequência dos aumentos dos nitrogenados, os fosfatados aproveitaram para subir um degrau, mas ainda estão abaixo dos preços do início de 2011.
A continuar seguindo os mesmos passos dos nitrogenados, não terão mais muito fôlego para elevação e ainda sujeitos a retração no consumo diante dos ajustes econômicos na Europa. Nesta altura, quem não comprou também não deve ter pressa, mas de qualquer maneira, deve ficar atento aos problemas de logística que devem se agravar nos próximos meses.
Potássio
As indicações do mercado internacional ainda colocam os preços de cloreto de potássio para o
Brasil nos mesmos patamares anteriores.
Embora as compras neste ano possam ficar abaixo do ano anterior, por conta do pouco volume comprado até o momento a retomada das compras podem reacender o desejo de aumento dos fornecedores e submeter o mercado brasileiro a preços mais altos que os praticados até agora. Por outro lado, analistas dos Estados Unidos acreditam que, baseados nos indicadores econômicos, os preços devem cair até o verão do hemisfério norte. Apenas não acreditam que o mercado de potássio seja baseado exatamente na demanda.
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