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Scot Consultoria

Consumo de fertilizantes pode atingir 34,8 milhões de toneladas em 2021


Sexta-feira, 11 de maio de 2012 - 14h59

Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ-USP 1976. Consultor - Tecfértil - Vinhedo-SP.


Estudo publicado pela FIESP/ICONE, "Outlook Brasil 2022 - Projeções para o Agronegócio" indica as perspectivas para a oferta e demanda dos produtos agrícolas e uso da terra para o período de 2011 a 2022.

Junto com estas previsões, indica também os impactos que o aumento da produção agropecuária terá sobre outros segmentos como infraestrutura de transportes e consumo de fertilizantes. A seguir um resumo de alguns aspectos importantes do estudo.

Produção de soja

A produção de soja em 2021/2022 está projetada para 96,9 milhões de toneladas, 29% maior que em 2010/2011. Esse aumento será obtido principalmente pelo aumento de 5,3 milhões de hectares na área plantada que deverá atingir 29,5 milhões de hectares. Outra contribuição para atingir a produção projetada será o aumento esperado de 5,4% na produtividade que atingiria uma média de 3,28 t/ha.

Produção de algodão

As projeções para esta cultura indicam uma estabilidade para a área plantada que não deverá ultrapassar 1,3 milhões de hectares, mas espera-se um aumento de produtividade de 25% e a produção de algodão em pluma deverá atingir 2,3 milhões de toneladas.

Produção de milho

As projeções indicam aumento na área plantada, tanto na primeira safra podendo atingir 9,1 milhões de hectares (1,2 milhão maior que em 2010/2011) como na segunda safra com previsão de 6,9 milhões de ha (1,0 milhão a mais que em 2010/2011). Assim, o aumento de área esperado é de 2,2 milhões de hectares para esta cultura e alcançaria 16 milhões de ha. A produção esperada para 2021/2022 será de 79,7 milhões de toneladas, com previsão para o consumo interno de 68,8 e exportações de 11,0 milhões de toneladas. A produtividade média esperada em 2021/2022 é de 4,95 t/ha.

Produção de cana-de-açúcar

As previsões traçam um cenário de crescimento constante para o setor, com aumento de 55% na produção de cana-de-açúcar, mas que será pautado principalmente na expansão em 43% da área com a cultura e pouca expectativa para a produtividade que contribuirá apenas com aumento de 8%. Do total da produção, 91% será destinado para etanol e açúcar, ficando para o etanol 65,1% e para a produção de açúcar, 34,9% deste volume.

Demanda de fertilizantes

Com base nas estimativas de produção e área das culturas, foi projetada a necessidade de nutrientes para atender a demanda para a agricultura brasileira em 2021. No quadro ao lado é apresentado um resumo, com previsão de um aumento de 43% sobre o consumo de 2010 como indicado no quadro abaixo.



Foi feita uma análise considerando os investimentos previstos para aumento da produção de fertilizantes, indicando uma redução nas importações que serão de 56% em 2021 diante de uma participação de 71% em 2010.

A cultura da soja continuará sendo a principal consumidora, com 33% da demanda de fertilizantes continuando a ser seguida por milho e cana-de-açúcar.

Observação pessoal: não concordo com o consumo projetado de nutrientes, sendo baixo de N e elevado para P e K e em desacordo ao perfil da evolução mais recente do consumo de fertilizantes.

Nitrogênio

Ainda sofrendo pressões diante da forte demanda nos Estados Unidos e que provocaram uma diferenciação entre os preços nos portos americanos com relação a outras regiões, estimulando um contínuo aumento no mercado internacional na direção da paridade de preços.



A expectativa agora é por uma queda de preços a partir de julho ou agosto após a conclusão da adubação do plantio de milho nos EUA.

Fosfatados

Os fosfatados seguiram na esteira dos nitrogenados e aproveitaram para subir um degrau. Atualmente os preços já se equivalem ao início de 2011.



Embora as culturas de milho e soja possam sustentar estes preços, outras culturas atualmente apresentam redução nos preços e devem reduzir a demanda, com ajuda na redução da atividade econômica e a competitividade dos países da Europa. Deste modo, as ações para aumentar preços devem se enfraquecer no curto prazo.

Potássio

Dentre os maiores compradores de potássio, o Brasil deverá ser o mais ativo. A China renovou seus contratos ao preço de US$470,00 CFR, a Índia retarda suas compras e promete reduzi-las e os Estados Unidos tem estoques elevados e pode comprar quando a oportunidade for mais interessante. As indicações de preços internacionais estão se mantendo constantes e, com exceção da vontade dos traders, os preços não encontram suporte na demanda para aumentos significativos.



Uma observação importante é que as importações do Brasil estão muito baixas no primeiro quadrimestre e alcançam apenas 4,06 milhões de toneladas conforme os dados do MDIC. Assim, foi muito bom contar com os estoques elevados da passagem de ano. Considerando a necessidade total de importações pelo Brasil para atender uma demanda acima de 29 milhões de toneladas teremos alguns meses com dificuldade nos portos e aumento nos custos dos fertilizantes de um modo geral. Por esse aspecto, a antecipação das compras e transporte dos produtos mais cedo continua sendo uma estratégia importante para reduzir custos e garantir o suprimento.


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