Zootecnista, formado pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Campus de Jaboticabal-SP. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela mesma instituição.
A entressafra de bovinos se aproxima e com ela o período ideal para confinamento de bovinos, quando cresce a preocupação com a agregação de custos da atividade.
A alimentação (desconsiderando o custo de aquisição do boi magro) é o item que mais pesa para o terminador, aproximadamente 25% do custo total.
Tomando 2011 como referência, nos principais estados confinadores, Goiás, São Paulo e Mato Grosso, a cotação do boi magro está em média 2,35% mais barata.
Já a dieta, que no último ano onerou significativamente a atividade e levou muitos produtores a desistirem do confinamento, ainda preocupa.
Se em 2011 o milho foi o grande vilão e este ano dá sinais de mercado mais calmo, o farelo de soja merece atenção.
O ingrediente proteico subiu em média 19% em maio nas praças de São Paulo, Mato Grosso e Goiás, em relação a abril, completando o quarto mês consecutivo de valorização.
Em valores deflacionados, considerando os preços registrados nos meses de maio dos últimos cinco anos, o preço atual só é menor do que o observado em 2009. Figura 2.
Em São Paulo, aliás, o preço médio, R$945,36/tonelada, é 50% maior que o do mesmo período de 2011.
A produção de soja caiu 8,7 milhões de toneladas em relação a safra 10/11, o principal fator de alta para o grão e consequentemente para o farelo.
Além disso, o mercado externo tem ajudado a escoar a produção.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), o estoque final de farelo em 2012, deve ser o menor dos últimos três anos, 784 mil toneladas.
Se a alternativa é usar outros ingredientes para suplementar proteína, a questão é, sendo o farelo de soja balizador do mercado de proteínas, todos os outros alimentos proteinados também devem subir de preço.
O farelo e o caroço de algodão são alternativas que devem ser levadas em conta, já que a colheita do algodão está para ser iniciada, o que deve aliviar um pouco a pressão sobre as cotações dos seus subprodutos.
Por fim, a suplementação proteica deve ficar mais cara este ano, levando em conta que a colheita de soja está no final, não há expectativa de aumento na oferta.
Voltando ao gráfico de preços deflacionados, fica claro que, historicamente, entre março e maio os preços são menores. Figura 3.
Note que 2012 essa sazonalidade, de preços menores a partir de março, não se confirmou e o mercado seguiu em alta.
Ou seja, se o momento onde normalmente se encontra os menores preços passou com mercado em alta, não há outra expectativa a não ser de cotações crescentes nos próximos meses.
Qual a expectativa para os preços da soja no Brasil em janeiro de 2025?
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