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Scot Consultoria

O ambientalismo irresponsável do Greenpeace: a guerra contra a empresa brasileira JBS


Quarta-feira, 13 de junho de 2012 - 15h31

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).


Na semana passada, véspera da Rio+20, a ONG internacional Greenpeace divulgou um relatório no qual acusa o grupo JBS de comprar animais oriundos de fazendas que desmatam a Amazônia e usam trabalho escravo. O grupo brasileiro JBS é o maior produtor de carnes do mundo. Em função da denúncia da ONG, oito multinacionais clientes da JBS na Europa (Adidas, Tesco, Clarks, Ikea, Princess, Sainsbury s, Asda e a Sligro Food Group) cancelaram ou desistiram de renovar seus contratos com a empresa brasileira. Era mentira do Greenpeace. As acusações eram falsas. Este post mostrará mais uma farsa do Greenpeace. Não é a primeira. O entrevero com o JBS é apenas mais um exemplo da forma como a grande ONG esconde interesses inconfessáveis sob o manto de absolutismo moral da defesa do meio ambiente.

Em outubro de 2009 executivos das quatro maiores empresas brasileiras de abate e processamento de carne e couro, entre elas a JBS, assinaram com o Greenpeace um compromisso público de não aceitar gado de fornecedores envolvidos com o desmatamento da Amazônia. A reunião aconteceu na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Quatro meses antes, em mais um de seus relatórios cheios de sofismas, a ONG havia acusado a indústria da pecuária brasileira de ser o principal responsável pelo desmatamento no bioma amazônico. A celeuma internacional criada pela denúncia da ONG levou o Ministério Público a entrar com uma ação civil pública contra a compra de gado da região Amazônica. Do dia para noite, por causa de uma peça publicitária travestida de relatório científico, milhares de brasileiros que foram instados no passado a ocupar a Amazônia através da pecuária, ficaram sem ter para quem vender seu produto.

Diante da pressão coordenada do Ministério Público (MP) brasileiro de processar os frigoríficos e da ONG estrangeira de difamar o setor junto aos consumidores internacionais do produto brasileiro, as empresas, aos poucos, temendo perder mercado, capitularam uma a uma e aceitaram as condições do Ministério Público e do Greenpeace.

O JBS foi a empresa que mais resistiu ao terrorismo moral dos ecólatras. Mas em 2009 a empresa cedeu. Aceitou prazos para cadastrar todas as fazendas fornecedoras de animais e se comprometeu a cruzar informações das fazendas cadastradas com o monitoramento do desmatamento da Amazônia feito pelo INPE. Aceitou que o Greenpeace "ajudasse" na fiscalização e rejeitou publicamente a compra de animais de fazendas que estivessem dentro de terras indígenas, que tivessem na lista de trabalho análogo à escravidão do Ministério do Trabalho e Emprego ou de áreas embargadas pelo IBAMA.

Da assinatura do termo com a ONG até hoje, o JBS cadastrou mais de 30 mil fazendas e barrou compras em pouco mais de 600 (2%) delas por enquadramento nas situações "irregulares" listadas no acordo. O frigorífico deixou de comprar animais de 308 estabelecimentos por "indícios de desmatamento". Reparem bem: por indícios. Na Amazônia basta uma ilação para criar um culpado. Mais de 4 mil animais foram recusados só no ano passado. "Checamos se a propriedade está embargada pelo IBAMA, se tem problemas com Ministério do Trabalho, três vezes: na hora da compra do gado, recebimento do animal e no abate," explicou o diretor de exportação de produtos industrializados da JBS Mercosul, Alexandre Almeida.

Não entrarei aqui no mérito da atitude do frigorífico de barrar a compra de gado de alguém que não foi judicialmente condenado por absolutamente nada sendo, portanto, inocente. Vou dar de barato para focar na evidência de que o frigorífico vinha fazendo um grande esforço para cumprir o acordo feito com o Greenpeace.

Ocorre que o sistema de monitoramento do JBS, diga-se, construído junto e em acordo com o Greenpeace e o Ministério Público, tem falhas. O sistema se baseia apenas em uma coordenada geográfica, em geral da sede do imóvel. Nem todos os imóveis cadastrados têm seu perímetro conhecido. Isso torna tecnicamente impossível afirmar com correção se um ponto de desmatamento detectado próximo da coordenada do imóvel esteja dentro ou fora dele. Esse é um problema técnico e crônico no Brasil. Nem o INCRA, órgão oficial que possuiu o Sistema Nacional de Cadastro de Imóvel Rural (SNCR), tem essas informações. Embora falho, o sistema do JBS tem as melhores informações de monitoramento que qualquer empresa poderia ter de seus fornecedores, melhor até do que os sistemas do Estado.

Mas o esforço da empresa brasileira não foi suficiente para a ONG intencional. Bastou nos aproximarmos da Conferência da ONU Rio+20 e a molecada do Greenpeace enxovalhou novamente o JBS, a maior empresa de carnes de mundo, junto aos consumidores internacionais do produto brasileiro.

A ONG lançou outra peça de publicidade com o título "JBS - Reprovada: como a maior empresa de carnes do planeta continua massacrando a Amazônia". De acordo com as informações da ONG que circulou pelo mundo sem verificação, a peça "mostra como fazendas irregulares na Amazônia fornecem seu gado aos matadouros da JBS, que, por sua vez, vende a carne do abate a empresas de processamento. Dessa forma, produtos derivados de carne de procedência duvidosa chegam às prateleiras dos supermercados em todo o mundo." Foi circular a peça publicitaria da ONG e os compradores internacionais da carne brasileira suspenderem os contratos.

O "relatório" do Greenpeace é cheio de erros. A meninada da ONG, no afá de produzir a peça publicitária a tempo de fazer o estrago na Rio+20, abusou da sofismologia habitual. Na peça o Greenpeace acusa o JBS de "fazer pouco mais do que apenas seguir a lei brasileira". Assim mesmo, entre aspas. São palavras da ONG. O Greenpeace acusou o JBS de cumprir a lei brasileira indo até um pouco além.

O JBS respondeu por meio de nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários que "as informações do relatório são falsas, enganosas, incorretas e induzem a sociedade a uma conclusão equivocada sobre a realidade".

A empresa afirma ainda que entrará na justiça contra o Greenpeace. Eu acho que quem deveria entrar na justiça contra o Greenpeace era o Estado brasileiro. O que eles fizeram não é danoso apenas ao JBS, mas à sociedade brasileira como um todo. Imaginem se uma ONG brasileira fizesse uma patacoada dessas com uma empresa norte americana ou inglesa?

Em tempo, o Greenpeace age certo de que ninguém vai checar as informações que ele divulga. Ademais, mesmo que alguém verifique e constate a mentira, o estrago já estará feito e ninguém dará o mesmo espaço na mídia para a correção da informação equivocada. A ONG sabe que os jornais aceitarão como fato qualquer coisa que ela inclua numa peça publicitária, como essa contra o JBS, mesmo que sejam apenas sofismas. Eles nem se preocupam mais em burilar a mentira.

Esse episódio oferece à sociedade duas oportunidades. A primeira é a de constatar que não vale a pena fazer acordo com moleque. Apesar dos esforços do JBS para atender o acordo com a ONG, assumindo o papel de monitorar o desmatamento que deveria ser do MMA, inclusive excluindo dos seus cadastros de clientes produtores sem qualquer culpa judicialmente confirmada, a ONG puxou o tapete da empresa fazendo showzinho às vésperas da Rio+20.

A segunda e mais sutil é a de perceber que ONG não vive de solução ambiental. ONG vive saprofitando problema ambiental. Se não houvesse problemas ambientais, também não haveria ONGs de meio ambiente. Um problema ambiental a menos é uma conta a menos no caixa de entrada de ONGs ambientais. O orçamento de ONGs como Greenpeace, Imazon, etc. é tão maior quanto maior for a preocupação dos seus financiadores com o problema ambiental. Isso obriga as ONGs a remarcar aos seus contribuintes o problema, não a solução. Repare que o desmatamento na Amazônia em 2011 foi o menor da história. Nunca se desmatou tão pouco na Amazônia como no ano passado e mesmo assim o Greenpeace conseguiu fazer o estrago que fez no JBS com suas ilações.

É por essa relação de saprofitismo que as ONGs têm com os problemas ambientais que a turma da Marina Silva se jogou tão raivosamente contra a reforma do Código Florestal. A eles não interessa a solução do problema das APPs. A eles interessa é o problema. É do discurso fácil de Madre Marina de Xapuri contra os ruralistas de chapéus pretos que os talibãs da clorofila que gravitam em torno de Marina tiram uma merreca de força política.

Acorda povo brasileiro! Acordem jornalistas! A luta pela proteção do meio ambiente é importante demais pra ser confiada a esse tipo de molecagem.


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