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Soja - maio


Quarta-feira, 27 de junho de 2012 - 15h07

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


As negociações de soja estiveram lentas no mercado brasileiro no correr de maio. Vendedores consultados pelo Cepea seguiram firmes em suas ofertas, enquanto compradores tentaram pressionar os valores, diante das quedas no mercado externo. De modo geral, alguns vendedores preferiram negociar a soja para exportação em detrimento do mercado interno. Este cenário deixou compradores brasileiros com oferta restrita, aumentando as preocupações para os próximos meses. Entretanto, a fila no porto de Paranaguá limitou os negócios.

Neste contexto, os preços da soja no Brasil estiveram firmes no em maio, apesar da queda nos preços na Bolsa de Chicago (CME/CBOT). Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda internacional, que eleva os prêmios, e a maior taxa de câmbio continuaram sendo os fatores de sustentação no Brasil. Já em Chicago, os contratos futuros de soja foram pressionados por expectativas de boa produção de soja nos Estados Unidos. A crise da Grécia, que influenciou a expressiva valorização do dólar frente a uma cesta de moedas, também fez com que traders realizassem lucros. No dia 31 de maio, o dólar finalizou a R$2,017 - o maior patamar desde 2009 - expressiva valorização de 5,8% no acumulado do mês.

Em maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá) teve ligeiro recuo de 0,3%. Ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a US$31,23/sc de 60 kg, queda de 5,8% no mês. Já a média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, em maio, avançou 0,6% em maio.

Ao se considerar a média do conjunto de praças acompanhadas pelo Cepea, houve alta de 1,6% no mercado de balcão (ao produtor) e de 2,3% no de lotes (negociações entre empresas).

Na BM&FBovespa, o contrato julho/12 teve forte queda de 7,5% em maio, finalizando a US$31,00/sc no dia 31. O contrato maio/13 fechou a US$26,64/sc no final do mês, recuo de 6,9%.

No mercado de derivados, o preço do farelo seguiu em alta em maio, com suporte vindo da demanda e também da disputa por matéria-prima. A média do preço desse derivado atingiu o maior patamar desde janeiro de 2009 na maioria das regiões - no Rio Grande do Sul já foi a maior da série do Cepea, iniciada em 1999.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações do farelo de soja subiram expressivos 9% no acumulado do mês. Já para o óleo de soja, tomando-se como referência as cotações do produto posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS, houve queda de 1,8%.

Na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), o contrato jul/12 da soja em grão caiu 10,8%, finalizando o mês a US$13,40/bushel (US$29,54/sc de 60 kg). O contrato jul/12 do óleo de soja teve forte retração de 10%, finalizando a US$ 0,4920/lp (US$ 1.084,66). O farelo de soja, com o vencimento jul/12, fechou a US$394,50/tonelada curta (US$434,86/t), queda de 9,2% no acumulado de maio.

Para os prêmios brasileiros, o embarque da soja em grão em jul/12 por Paranaguá foi cotado em 67 centavos de dólar por bushel para o comprador e a 70 para o vendedor no ultimo dia 31 do mês, estável em relação ao dia 30 de abril. O valor FOB do embarque jul/12 por Paranaguá foi calculado a US$31,09/sc de 60 kg no dia 31, expressiva baixa de 10,4% se comparado a abril.

Para o farelo de soja, o valor FOB para embarque em jul/12 foi calculado em US$441,47/t, baixa 6,7% em maio. Para o óleo de soja, o embarque em jul/12 fechou a US$1.106,72/t, queda de 9% no comparativo entre maio e abril.

Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), em maio foram exportados 7,29 milhões de toneladas de grão brasileiro, 64,4% acima do registrado em abril/12 e aumento de 37,3% na comparação com maio/11. Este é um recorde de embarque mensal. Na parcial do ano, o Brasil exportou 18,53 milhões de toneladas de soja, 36,7% acima do observado no mesmo período de 2011 e um recorde para os cinco primeiros meses de um ano. Esta quantidade equivale a 56,2% dos embarques totais de 2011 e cerca de 28% da produção nacional.

Quanto às exportações de farelo de soja, em maio/12, somaram 1,605 milhão de toneladas, expressivo aumento de 40,3% em relação a abril e de 4,1% no comparativo com maio/11. Nos cinco primeiros meses de 2012, o Brasil embarcou 5,85 milhões de toneladas de farelo de soja, volume 7,1% maior que no mesmo período de 2011 e equivalente a 40,8% das exportações totais de 2011.

Os embarques de óleo de soja totalizaram 289,2 mil toneladas, elevação de 119,1% em relação ao mês anterior e de 75% sobre maio/11. Na parcial do ano, o Brasil embarcou 791,3 mil toneladas de óleo de soja, quantidade 39,2% maior que a dos cinco primeiros meses de 2011, representando 51,6% dos embarques totais de 2011.


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