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Scot Consultoria

A Questão da Síria


Segunda-feira, 2 de julho de 2012 - 11h34

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


"O governo brasileiro insta o governo sírio a cooperar com a Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria (UNSMIS), integrada por observadores brasileiros, permitindo-lhe acesso irrestrito aos locais conflagrados por conflitos, conforme mandato do Conselho de Segurança da ONU, por meio das Resoluções 2042 e 2043."

Com estas palavras, o Ministério de Relações Exteriores manifestou sua posição, em 8 de junho deste ano, quanto à questão da Síria e do banho de sangue que vem ocorrendo naquele país. A linguagem diplomática - "insta o governo sírio a cooperar" - perde-se na superficialidade que tem levado milhares à morte pela ineficácia da ação.

Já há algum tempo que a questão da Síria está presente na mídia. O mundo discute, discute e discute, e nada faz, efetivamente, contra o regime ditatorial de Bashar Assad. Depois de 16 meses de conflito civil, mais de 15 mil mortos, 230 mil deslocados internamente e 60 mil refugiados, temos uma tragédia ignorada pelo mundo.

E por que razão? Por não se enxergar uma solução pós-Bashar Assad, ou, simplesmente, pelo medo de se exercer liderança e intervir. A experiência com a Líbia, a despeito do sucesso inicial, tem-se comprovado um desastre de proporções complicadas, gerando instabilidade em toda região, abrangendo, vizinhos próximos como o Mali, com a questão dos tuaregues. A primavera Árabe, antes festejada, passa, agora, por seu inverno. Este insucesso, no entanto, não deve justificar a omissão e a falta de atitude. Somente deve relembrar que toda ação precisa ser muito bem planejada.

A resolução da situação passa por uma alteração na tática dos países. Há oposição, dentro do Conselho de Segurança da ONU, por parte da China e Rússia, quanto a qualquer tipo de intervenção, devido aos interesses domésticos. Este é o imbróglio da questão. Tal atitude não deve prosperar.

Para aqueles que insistem em declarar o declínio dos Estados Unidos como potência, eis aí um claro exemplo da necessidade de sua participação ativa para resolver os problemas mundiais. Como bem disse Margaret Thatcher, "onde há consenso, não há liderança". Nestas situações, somente os Estados Unidos têm exercido esta capacidade.

O Brasil, que pretende ser um líder mundial e ter um lugar à mesa do tabuleiro mundial, uma vez mais se apequenou na questão. De fato, o Brasil terá de instar muito mais por um papel mais relevante, se continuar a não oferecer contrapartidas. Ainda falta muito para sermos um país relevante.

E muita lição de casa por fazer...

Por Marcus Vinícius de Freitas


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