Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.
Quando a taxa de juros ao consumidor cai, se não houver rigor no controle das compras de bens financiáveis, a inadimplência cresce.
Nesta lógica reside o maior desafio para os agentes econômicos: combinar queda de juros e baixa inadimplência.
O consumidor brasileiro conviveu e de certa maneira convive ainda com juros elevados. Juros altos são inibidores de maior endividamento.
Quando o governo força a queda de juros como vem ocorrendo neste momento, o consumidor se sente estimulado a comprar. Este apetite por comprar movimenta a economia, mas cria efeitos colaterais indesejados.
Números fechados pelo Serasa apontam para um crescimento de 19,1% na inadimplência no primeiro semestre deste ano se comparados ao primeiro semestre do ano passado.
É um patamar elevado, demonstrando que a renda do consumidor está cada vez mais comprometida.
Os dados divulgados apontam que 60% dos inadimplentes comprometeram mais de 100% da renda com dívidas.
O pior de tudo é que algumas modalidades de crédito não observaram queda expressiva nos juros, como são os casos do cheque especial e cartão de crédito.
No caso específico do cartão de crédito vem ocorrendo um movimento preocupante: troca de dívidas mais baratas por esta mais cara.
A facilidade em comprar pelo cartão, aliada a segurança, com possibilidade de parcelar compras em prazos generosos, leva o consumidor a criar uma zona de conforto, o que leva ao uso equivocado do crédito. A consequência é a pagar o valor mínimo da fatura mensal. Isso com juros médios acima de 10% ao mês. Quem tem esta prática entra em um ciclo vicioso. A saída é renegociar.
É chover no molhado, mas é preciso adquirir conhecimento financeiro. As famílias precisam se dar conta que se não planejar os gastos do lar, a inadimplência virá e com ela todos os transtornos que um devedor observa.
Nome sujo, empréstimos de parentes, perda de sono, enfim, queda na qualidade de vida, são alguma das conseqüências de quem não consegue honrar seus compromissos financeiros.
Alguns entram neste ciclo por um problema pontual, como uma doença, o desemprego, entre outros. Mas uma boa parte é recorrente e vivem empurrando o problema para frente.
Os números do Serasa devem servir de alerta: gastar sem saber se conseguirá honrar os compromissos assumidos é dar um tiro no próprio pé.
Fique atento e gaste tempo em planejar e controlar as finanças do lar.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos