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Scot Consultoria

Entenda porque o Ciro Siqueira é duro com algumas ONGs


Segunda-feira, 23 de agosto de 2010 - 10h10

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).




* Reprodução permitida desde que citada a fonte.

Outro dia recebi um e-mail de um ambientalista, um antropólogo, que trabalhou no Museu Emílio Goeldi, em Belém, e na ONG Instituto Socioambiental (ISA). O e-mail foi bastante polido, reconhecia a necessidade de alteração no Código Florestal, mas muito prudentemente, temia que à pretexto de reforma se destruísse a lei. No e-mail, entretanto, o ambientalista que assinou apenas como "Vieira", disse que eu tinha a mão muito pesada com as ONGs.

É verdade. Eu tenho mesmo a mão muito pesada. Só lamento não ser capaz de colocar ainda mais peso na mão. Entendam porque razão este blogger não tolera algumas ONGs. Vejam o vídeo abaixo sobre o Código Florestal. Foi produzido pela sucursal inglesa do Greemisery, para ser apresentado ao público inglês:

Como não consegui colocar legendas diretamente no vídeo, segue abaixo uma tradução livre do que diz o sr. Paulo Adário que aparece no vídeo explicando ao inglês o que é o Código Florestal brasileiro e o que representa a tentativa de alteração na lei:

--- Início ---

"Bem, o Código Florestal é a mais importante legislação brasileira sobre florestas e uso da terra. Basicamente a lei regulamenta o que os fazendeiros podem fazer com suas terras, o que eles devem preservar para sempre e o que eles devem manter com cobertura florestal ou por árvores, mas que podem usar de uma forma sustentável.

Na Amazônia um fazendeiro pode, de acordo com a lei, desmatar 20% da sua propriedade e os 80% restantes devem ser preservados. Esse é o Código. O objetivo da lei é proteger a lei e, ao mesmo tempo, permitir a agricultura e a produção... e as florestas tem um papel muito importante na fertilidade do solo, e resulta... (gaguejando) na própria agricultura.

Então, o que os fazendeiros querem fazer agora? Por mais de 20 anos eles vem tentando mudar o Código baseados na premissa de que a área autorizada a ser desmatada é muito pequena em comparação com a área que eles precisam preservar. Eles dizem que isso é uma competição injusta com outros países que não têm esse sistema, como Argentina ou Estados Unidos. O Brasil se tornou um dos maiores produtores de comida no planeta e isso tem sido muito importante para a economia brasileira, as exportações de commodites como carne e soja...

Então se eles mudarem o Código o tamanho da área de floresta que será destruída aumentará. Isso representará, em termos de emissão de carbono, seis vezes mais do que o compromisso brasileiro de redução de emissões de gases de efeito estufa até 2020. Será um desastre para as florestas, um desastre para os povos indígenas que vivem na floresta e que têm um relacionamento sustentável com a floresta, será um desastre para a biodiversidade e para o clima. Será um desastre não apenas para o Brasil, será um desastre global."

--- Fim ---

Alguém aí me diga se dá para não ter a mão pesada com uma cretinice dessas.

Não posso deixar de iniciar o comentário falando da gaguejada do fundamentalista ambiental quando tentou falar que a floresta presta um importante papel para a fertilidade do solo. Em termos de produção agrícola, a importância de fertilidade do solo de uma floresta é zero. Não se pode plantar nela, que importância tem se ela é fértil ou não?

O Adário sabe disso. Ele sabe que soltou um sofisma, ele sabe que forçou a barra. Por isso ele gaguejou na hora. Qualquer pessoa minimamente crítica percebe que ele mentiu, mas ele está habituado a pregar para fiéis, que são acríticos, por isso eles nem se preocuparam em retirar a gaguejada do vídeo... deve ser culpa do inglês.

Mas o pior do vídeo não são as mentiras ditas, são as verdades escondidas.

Adário faz parecer ao telespectador inglês que a tentativa de mudar o Código Florestal diz respeito exclusivamente à Amazônia. Ele reduz o movimento de mudança na lei a uma tentativa de destruidores de florestas de conseguirem autorização para destruir mais floresta. Isso não é verdade.

A tentativa de mudar a lei é um movimento nacional. O Código afeta negativamente produtores rurais catarinos, paulistas e cearenses situados a milhares de quilômetros da Amazônia. Mas Adário faz parecer que é um problema amazônico. Ele sabe que não é, mas o objetivo dele é alarmar o telespectador inglês que não faz a menor ideia do que é o Ceará. O ambientalista está tentando manipular a opinião do ouvinte.

Adário diz que se o Código Florestal for alterado será um desastre para os índios. Novamente ele tenta manipular a opinião alheia mentindo. Ele sabe que o Código Floresta se aplica apenas às áreas privadas e que não há índios em áreas privadas.

Mas o grande embuste do vídeo do greemisery é esconder do telespectador que maior motivação para as tentativas de mudança na lei florestal é a questão do passivo legal. A lei obriga milhares de produtores, grandes e pequenos, a arrancarem parte de suas plantações para replantar florestas que, em muitos casos, foi arrancada há várias décadas. Os produtores têm que fazer isso com recursos próprios e grande parte deles não tem como fazer.

Adário faz parecer que as tentativas de alterar a lei são tocadas por fazendeiros do mal que querem lucrar destruindo a Amazônia. Ele sabe que ninguém quer que isso aconteça, muito menos os ingleses e sabe que é fácil fazer as pessoas acreditarem nesse reducionismo simplório. Dessa forma ele consegue apoio, e grana, no exterior para financiar suas campanhas.

Não importa se para isso ele tem que mentir ou prejudicar os produtores rurais brasileiros. Ele está se lixando para o problema ambiental ou para as consequências deletérias do Código Florestal. Ele se preocupa apenas com a grana para as campanhas pirotécnicas do greemisery (nelas incluídas o próprio salário lá dele que não deve ser curto).

Esse tipo de atitude, na visão desse blogger, não é ambientalismo. Isso é pilantragem disfarçada da ambientalismo, é um tipo moral moderno de estelionato, é semelhante a arrancar dinheiro de um fiel doente prometendo uma cura milagrosa ou a salvação eterna no reino dos céus. No fundo Adário é um tipo "tragável" de pastor pilantra; o ambientalismo dele é uma corruptela de religião usada para extorquir gente de boa fé sinceramente interessa em proteger o meio ambiente.

Esse tipo de ambientalismo não merece respeito. Buscar alguma proteção ambiental, alguma harmonia entre o homem e a natureza é outra coisa muito diferente.


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