A produção australiana de carne bovina durante o último ano fiscal diminuiu 1% em relação ao ano fiscal anterior, ficando em 2,07 milhões de toneladas, apesar do peso médio da carcaça adulta ter aumentado nesse período na maioria dos estados, de acordo com o Meat and Livestock Australia.
O Meat and Livestock Australia (MLA) é um órgão que investe em propaganda nos principais meios de comunicação, objetivando estimular o consumo interno de carne bovina.
Assim como a queda de produção de carne bovina em 2011-12, os abates recuaram 2% em relação ao ano anterior, quando 7,2 milhões de cabeças foram abatidas.
O confinamento na Austrália é responsável pela terminação de 2,9 milhões de bovinos, onde 50% são de frigoríficos. Do total, 80% dos animais confinados permanecem menos de 130 dias no confinamento, garantindo qualidade da carne.
As boas condições climáticas estimularam os produtores a reter animais de cria, com os abates de fêmeas caindo 7% no primeiro semestre. Em comparação com a média dos últimos cinco anos, o abate de fêmeas em 2011-12 recuou 15%.
A participação de fêmeas na produção de carne é influenciada diretamente pelo preço do bezerro que, quando em baixa, estimula o descarte de matrizes. Assim, se a taxa de abate de fêmeas cai, a cotação do bezerro está valorizada, tornando-se vantajoso mantê-las na propriedade.
Refletindo as melhores condições do clima e da alimentação, o peso médio da carcaça melhorou em praticamente todos os estados em 2011-12. A média nacional, nesse período, atingiu recorde de 288kg (19,2 arrobas) por cabeça, aumento de 2% em relação ao período anterior e 5%, em comparação com a média dos últimos cinco anos. O peso médio da carcaça em Queensland aumentou 2% e pela primeira vez ultrapassou 300kg por cabeça, chegando em 302kg (20 arrobas).
A Austrália tem um rebanho bovino de 24,8 milhões de cabeças, concentrado principalmente na costa leste do país. A região de Queensland possui 44% do rebanho, 11,7 milhões de cabeças.
O peso de abate depende da nutrição, genética, idade do animal, tipo de manejo adotado, e principalmente, das exigências do mercado. Ainda acredita-se que o abate de animais mais pesados melhora a rentabilidade do sistema, o que pode ser uma falsa impressão.
O abate de bovinos muito pesados e com gordura em excesso pode atuar de maneira negativa, tanto pelo aumento de aparas e diminuição do rendimento dos cortes cárneos, como pela menor eficiência de conversão (kg de alimento ingerido/kg de ganho), aumentando o custo de produção. Geralmente o aumento excessivo de peso exige que o animal fique confinado por mais tempo, período onde se acaba gastando mais com alimentação.
Considerando que o peso médio de abate no Brasil é 18 arrobas, o fato de a Austrália ter atingido os 302kg (20 arrobas) indica um bom rendimento de carcaça.
Fonte: MLA. 8 de agosto de 2012.
Traduzido, adaptado e comentado por Pamela Alves, zootecnista e consultora da Scot Consultoria. Colaborou Maisa Vicentin, analista júnior da Scot Consultoria.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos