Médico Veterinario pela UFPel – Universidade Federal de Pelotas e Administrador de Empresas pela Urcamp – Universidade da Região da Campanha
Desde meados da década de 90, a palavra "gestão" é usada nos mais diferentes ramos de atividades econômicas como sinônimo de inovação, modernidade, dinamismo, entre outros adjetivos que podem qualificar uma empresa ou modelo de negócio, como viável e seguro.
Porém, se fizermos uma análise fria de seu significado, gerir nada mais é do que comparar, medir, checar, planejar, executar e garantir um crescimento econômico-sustentável para a organização a curto, médio e longo prazo.
Deste modo, o nível de gestão de uma organização está diretamente relacionado à capacidade que a empresa tem de transformar os dados coletados no dia-a-dia em informações organizadas capazes de dar suporte à tomada de decisão de maneira ágil e segura.
Diversos são os fatores que tornam difícil a gestão de negócios rurais, porém não cabe a este artigo apontar problemas com o perfil do produtor rural ou o pouco acesso a tecnologias.
O Brasil vem se destacando mundialmente ano a ano em diversos complexos de produção ligados ao agronegócio.
Isto se deve a competência de empreendedores rurais que vem mudando a matriz produtiva brasileira a qual antes era mais caracterizada por extrativismo e monoculturas, e hoje está sendo conduzida de forma mais intensiva, integrada e focada em retorno econômico sustentável.
Sendo assim, os riscos ligados às produções agropecuárias são inúmeros e somente a gestão é capaz de nos preparar melhor para transpô-los de forma eficaz.
Segundo Jim Collins, um dos principais gurus da administração atual, mesmo as empresas possuindo ferramentas modernas e ágeis de gestão, a dúvida se o caminho escolhido é o correto sempre permanece na mente dos gestores.
Isto, pois qualquer organização, independente de seu ramo de atuação, busca em seu negócio três itens básicos que são o bom retorno econômico, segurança nas negociações e longevidade da empresa.
Depois de tomada a decisão de buscar ferramentas para a melhora do desempenho organizacional, terá de se iniciar um processo de diagnóstico empresarial, que nada mais é do que fazer uma "radiografia" da empresa em todos os setores.
De posse desses dados, ações poderão ser iniciadas, como o mapeamento dos processos, escolha de indicadores de desempenho e a criação de um plano de ação, para que o trabalho possa ser iniciado.
Mas é necessário tomar cuidado ao estabelecer as estratégias de trabalho, pois há o risco de promover ações que tragam bons resultados num curto prazo, mas que em longo prazo poderão não ser tão bons.
Um exemplo seria uma política de redução de custos em todos os segmentos da empresa, sem priorizar a manutenção de investimentos em algumas áreas essenciais. Em um primeiro momento, resultados como rentabilidade e lucratividade do negócio tendem a melhorar, entretanto, passados alguns anos, o corte de investimentos em qualificação de mão-de-obra, uso de tecnologias, despesas no parque de máquinas, genética, entre outros, promoveriam prejuízos e sucateamento do sistema.
Sendo assim, ações que promovam resultados no curto prazo, nem sempre são benéficas ao sistema no médio e longo prazo.
Para realizar um plano que abranja todos os setores da empresa é necessário elaborar um projeto detalhado de painéis como finanças, clientes, processos internos e aprendizagem da empresa.
Deste modo, o segredo é fazer com que todas as ações convirjam para uma mesma direção, ou seja, fazer com que o planejamento estratégico esteja de acordo com a visão da empresa.
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