Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.
Concluído um longo processo eleitoral nos Estados Unidos, não houve grandes mudanças ao período pré-eleitoral. O presidente Obama continuará na Casa Branca, os republicanos seguirão como maioria na Câmara de Deputados e o Senado prossegue democrata. Alguns bilhões de dólares depois, e a situação está igual. Seria esta uma leitura real? Tanto dinheiro e análises para nada?
Não necessariamente. O partido Republicano cresceu, porém não convenceu. Obama apequenou, mas convenceu. E por quê? A resposta está na mensagem. Se esta for centrada única e exclusivamente na economia, ela não convence mais. Os Estados Unidos mudaram muito depois de 1992, quando Clinton tirou Bush Pai da Casa Branca com base no argumento "É a economia, estúpido!".
A demografia foi um fator importantíssimo. O aumento da população latina, acrescida dos inúmeros fluxos migratórios vindos de outros países, de ética diferente daquela dos Pais Fundadores, começa a alterar as bases do pensamento e do coração da América. Aquela sociedade que apregoava a autossuficiência e um papel reduzido do Estado parece ter cedido a uma visão mais liberal nos valores e com um viés acentuado no papel do governo. A América não é mais a mesma. Cabe ao partido Republicano saber ler este novo país, encontrar seu eixo e definir o modelo que pretenderá seguir. Além disso, terá que considerar o papel cada vez mais relevante das mulheres e da liberalização feminina na política. E o fato de que a Guerra Cultural - aborto, liberação do uso da maconha, casamento gay - foi vencido pelos liberais (ou, no Brasil, pela esquerda).
Agora, cabe ressaltar que a América de hoje não é necessariamente aquela de amanhã. Modismos passam, valores e princípios ficam e se perpetuam. Tem sido assim há alguns milhares de anos.
E o que esperar do presidente Barack Obama? 57 milhões de norte-americanos votaram contra ele. Que esperar de um segundo mandato? Uma retórica reciclada? Duas poderão ser as posturas: um Obama ideológico, como o anterior à reeleição, com um viés acentuado em favor de uma estatização da sociedade e ênfase ainda maior na liberalização dos valores. A outra seria a postura de um Obama estadista, preocupado com o seu legado histórico. Sim, Obama foi o primeiro afrodescendente a assumir a presidência dos Estados Unidos e já ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Mas será a afrodescendência o seu único e mais importante legado? O que deixará como legado ao final dos próximos quatro anos?
Estas são as perguntas que ele deverá refletir nos próximos dias. Que Deus abençoe a América!
Por Marcus Vinícius de Freitas
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