Produção de carnes e crescimento populacional

A população mundial tem crescido a uma taxa média de 1,6% ao ano, considerando o período entre 1962 e 2012. Saiu de 3,14 bilhões para 7,05 bilhões no último ano, segundo estimativas da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).

Para este ano a estimativa é de que o crescimento seja de 1,1% e a população atinja 7,13 bilhões.

E carne para toda esta gente?

O campo tem feito o dever de casa. Nos últimos cinquenta anos, as taxas de crescimento das produções das carnes bovina, suína e de frango foram maiores que o aumento da população.

Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), entre 1962 e 2002 o aumento médio na produção mundial de carnes foi de 3,3%, considerando estas três proteínas. Veja a figura 1. 

Com isto, mesmo com o acréscimo populacional, a disponibilidade per capita destas carnes aumentou.

Em 1962, estima-se que foram produzidos 15,45kg por habitante. A produção total era de 48,5 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec).

Para 2012 este valor foi estimado em 34,5kg, aumento de 123,9%. A produção foi de 244,0 milhões de tec.

A FAO estima que a população mundial atinja 9,31 bilhões em 2050. Apenas para que haja manutenção da disponibilidade per capita atual, a produção de carnes terá que aumentar 30,5%.

Veja a figura 2. 

Para que a relação se mantenha, em 2050 a produção terá que atingir 320,8 milhões de toneladas equivalente carcaça.

Vale destacar que a disponibilidade de carnes per capita no mundo está muito aquém do potencial.

Para ilustrar, em nível global, a disponibilidade das três carnes não atinge a disponibilidade per capita de carne bovina no Brasil, estimada em 42,3kg em 2012.

Paralelamente ao aumento populacional, haverá aumento na renda e consumo por habitante, principalmente nos países em desenvolvimento. Nestes há maior potencial de aumento da demanda, uma vez que o consumo atual é menor. 

A maior produção deverá atender também ao incremento da demanda per capita.